Segundo Thomas Hobbes, filósofo inglês do século XVI, o estado natural do homem é a guerra, pois desejam a mesma coisa, e só podem encontrar a paz, mediante um Contrato Social, deixando o Estado ser o responsável pela aplicação da lei e da justiça. Porém, quando o Código Penal e a Justiça falham, a sociedade sente-se no direito de fazer justiça com as próprias mãos, gerando caos, insegurança e um grande problema social. De acordo com dados do Núcleo de Estudo da Violência da USP (Universidade de São Paulo), no 1° semestre de 2014 mais de 50 pessoas foram vítimas de linchamento no Brasil. Uma delas foi uma dona de casa, espancada por moradores do bairro Morrinhos, no Guarujá (SP), após ser confundida com uma sequestradora de crianças denunciada em uma rede social. Tais dados demonstram que a população sente-se no direito de usar a força física para punir criminosos, umas vez que, para o povo, a polícia é ineficaz e a justiça lenta. Dessa forma, aumenta-se, justamente, o que querem combater: a violência. Além disso, tal comportamento prejudica o trabalho da polícia e da Justiça Brasileira, pois desvia o foco do crime principal, aumenta o número de vítimas, muitas delas inocentes, e, consequentemente de criminosos, que também terão que ser julgados. Portanto, cabe ao Estado garantir segurança à população, aumentando o efetivo de policiais, sobretudo, em locais e horários de maior risco, a fim de diminuir o número de crimes. Do mesmo modo, é necessária mais agilidade e eficiência no julgamento e punição de criminosos, sendo o Poder Judiciário o responsável por tal mudança. Escolas e universidades devem oferecer palestras e informações sobre os riscos de fazer justiça com as próprias mãos, com a finalidade de ensinar e convencer as crianças e jovens que isso não soluciona o problema da violência. E os justiceiros devem ser responsabilizados, julgados e punidos, conforme a lei, por seus crimes.