O brasil vive uma crise moral, as redes sociais e a mídia como meios de acesso a informação tem feito com que a população comece a observar o Estado e seus aliados, como a justiça que é usada para manter a ordem em sociedade, de forma mais crítica e muita das vezes com extremismo, este por sua vez esta fazendo com que a população ache a justiça morosa por causa de alguns casos e por conseguinte generalize, e o impacto desta observação é refletida de diversas formas, uma delas é o combate da violência com ela própria. Por desejarem cumprir a "justiça" com as próprias mão , os civis alegam ser isto uma forma de legítima defesa, no entanto isto não é nada mais que uma barbárie, já que um direito civil é o que resguarda a segurança, e quando um indivíduo é espancado, sem direito a um julgamento adequado, o Estado acaba por abrir mais uma brecha para o fortalecimento de milícias, e ainda o crescimento da violência popular. O aumento de casos de linchamento e de repreensão popular tanto moral quanto física é causado por inúmeros fatores, entre eles o desgate da figura policial, já que por causa do atual código penal desatualizado e do número carcerário exorbitante "a polícia prende e a justiça solta", e não porquê quer, mas sim por que o sistema carcerário já não suporta mais indivíduos que tenham cometido "crimes de baixo potencial ofensivo". Tudo isto contribui para que a população adquira um sentimento de revolta contra a impunidade, tornando o papel do estado cada vez mais desgastado e facilitando assim a prática ilegal da vingança, confundida pela sociedade com Justiça. Esta vontade intríseca de praticar a justiça com as próprias mãos advém desde a epóca da colônia onde quem exercia o papel do estado eram pequenos grupos, que não permitiam que os direitos individuais fossem respeitados. O julgamento com direito a produção de provas e análise legal do caso é um direito do individuo e frases polêmicas como a de Jair Bolsonaro afirmando que"Bandido bom é bandido morto" só servem para desgastar o poder do Estado, gerar caos e fazer com que voltemos aos tempos de colônia, onde quem exercia o julgamento era a população. É necessário que o código penal e o sistema de reeducação sejam revisados e reformados pelo Estado para que a população entenda que, Justiça não é pagar violência e delito com mais doses destes, e sim reeducar o indivíduo e fazer com que ele compreenda que as leis devem ser obedecidas para que haja harmonia na sociedade. A população deve priorizar também o bom senso, seus valores morais devem ser reanalisados. Como pontou Kant através do imperativo categórico, de forma simplificada, não faça aos outros o que não quer para si. O judiciário deve fazer campanhas semelhantes as que tem o propósito de evitar e combater a violência contra a mulher, como a quem manda lá em casa é o respeito ou as da promotora do Ministério Público de MT Lindinalva Rodrigues, que com sua incessante luta e campanha conseguiu combater e reduzir os casos de feminicídio para 0 no ano de 2016. Campanhas, projetos culturais para fortalecer a imagem da justiça e do estado são necessárias, com a divulgação da mídia resultará num resultado que apesar de ser a longo prazo, se tornara eficaz na prática de combate a violência, extremismo popular e principalmente o caos que se gera quando o papel da justiça é exercido por alguém imparcial.