Título da redação:

Direito dos justos

Tema de redação: Justiça com as próprias mãos: o impacto na sociedade brasileira

Redação enviada em 10/04/2017

O dilema entre sofrer ou praticar uma injustiça é algo que assombra algumas pessoas. O sentimento de ser injustiçado é ensurdecedor, pois ser culpado por algo que você não fez é terrível de forma que todas as suas chances de defesa já foram findadas, em contrapartida praticar injustiça contra outrem é algo relativo, dependendo da índole do praticante do ato, isso pode afetar seriamente sua vida, pois a consciência traz sempre a tona o sentimento de culpa. Socrátes sofreu esse dilema nos últimos momentos de sua vida, no livro Górgias relata um momento de diálogo entre Socrátes e Polo a fim de estabelecerem qual seria a pior escolha: sofre ou cometer uma injustiça? O filósofo grego responde com firmeza que preferiria sofrer a cometer uma injustiça. Em suma, o filósofo demostrou isso na prática cometendo suicídio ingerindo cicuta. Hodiernamente, o desejo de fazer justiça está em cada membro da Sociedade, é possível observar a busca por justiça nos bancos judiciários, nos protestos reivindicando algo, etecetera. A todo o momento, em todos os lugares as pessoas buscam estabelecer o direito, o justo, no entanto mesmo com todos os elementos que o Estado proporciona para estabelecer o que é justo ainda é possível observar que alguns cidadãos buscam estabelecer critérios próprios para julgar, tais critérios são arbitrários e muitas vezes extrapolam o limite dos direitos fundamentas, incluindo nesses a extinção do direito a vida. Ainda nessa perspectiva, os famosos “justiceiros” procuram reparar uma deficiência da omissão do Estado em relação a Segurança Pública de forma quando é cometido algum delito e esse indivíduo é capturado pela população na maioria das vezes sobre agressões físicas, em alguns casos a morte, não raro verificar casos de justiça com as próprias mão nos noticiários brasileiros como o caso do jovem acorrentado pelo pescoço em um poste ou da mulher que apanhou até morte acusada de fazer rituais com crianças. Portanto, é de fundamental importância pontuar o direito de julgar não está na mão de particulares que podem de maneira equivocada tomar atitudes extremas. É delegável ao Estado manter a harmonia e a paz social por meio de implementação de segurança pública eficiente de modo que não seja necessário que a população toma atitudes que contrariam a Constituição e os direitos fundamentais. Como afirma uma passagem bíblica em João 7:24, “Não julgais pela aparência, mas faças julgamentos justos”.