Muito se tem discutido acerca dos casos de ações de justiceiros que ocorreram no país recentemente. Diante de um momento em que os problemas sociais são tão evidentes, é necessário analisar essa questão em suas vertentes socioculturais. Nesse sentido, será possível entender o motivo pelo qual em uma sociedade de direitos humanos, seja "inteligente" a prática dessas ações, descartando a autoridade da lei em prol da justiça em legítima defesa. É válido ressaltar, primeiramente, que a justiça é definida como o princípio moral que exige conduta justa, com respeito ao direito e a equidade. Com isso, quando um indivíduo comete um ato infracional ele deve ser punido pelo Estado, para que a lei seja cumprida. Contudo, em muitos casos, as punições não são efetivas e a população, por sentir-se lesada, atua de modo violento a fim de repreender as atitudes de um bandido. Desse modo, as pessoas são movidas pela ira momentânea e a sensação crescente de insegurança, e, provocam ações como amarrar os assaltantes ao poste, espancá-los, e até mesmo levá-los a óbito. Desse modo, com a sensação de impunidade constante, a sociedade tenta intervir e termina cometendo erros gravíssimos que não são compatíveis com a justiça que ela mesmo apóia. É indiscutível, portanto, que a prática dos justiceiros é um problema que gera efeitos graves na sociedade. Dessa forma, o governo deve investir em educação de base, afim de que as crianças tenham aulas e participem de peças teatrais a respeito da cidadania, assim como deve haver projetos de ressocialização para os indivíduos que cometem algum tipo de crime,de modo que minimize a reincidência do ato infracional. Dessa maneira, a Deusa dos olhos vendados cumprirá seu papel de forma efetiva.