Título da redação:

Crime com as próprias mãos

Tema de redação: Justiça com as próprias mãos: o impacto na sociedade brasileira

Redação enviada em 21/06/2017

Segundo o artigo V da Constituição da República Federativa do Brasil, “Ninguém será submetido à tortura, nem a tratamento ou castigo cruel, desumano ou degradante”. Tal disposição é simples, mas tem sido infringida pelos chamados “justiceiros” que tentam fazer justiça com as próprias mãos, acreditando agir em favor da sociedade na tentativa de reduzir a criminalidade. Essa atitude, porém, além de infringir os Direitos Humanos, não combate a violência. O motivo disso é que tais atos não assumem caráter preventivo. A prática dos justiceiros não leva em conta as causas da criminalidade no Brasil, como a precariedade da educação e problemas familiares, que leva a muitos jovens a entrar no mundo do crime. São vários os exemplos da ação desses justiceiros: em 2014, no Rio de Janeiro, um adolescente, após roubar moradores de um bairro, de 15 anos foi torturado por 30 homens e amarrado a um poste; em 2016, um caminhoneiro foi espancado até a morte no Paraná, após ter sido acusado de abusar de duas crianças; e, recentemente um caso ganhou muita repercussão na mídia e nas redes sociais, quando um tatuador marcou na testa de um adolescente que o havia roubado a frase “Eu sou ladrão e vacilão”. Em todos esses casos e na maioria de tantos outros que acontecem, a justificativa é a morosidade do Estado, as impunidades e as falhas na Segurança Pública, o que se mostra legítimo segundo pesquisa do Ministério da Justiça, que diz que apenas 5% dos crimes no Brasil resultam em condenação. Por isso é de extrema importância, por parte do governo, a melhor aplicação da legislação brasileira, com maior rigorosidade contra crimes e infrações e o maior investimento na educação, que é a base para um futuro dignificante dos jovens do país. Além disso, por parte da mídia e das escolas, deve ser feita uma conscientização da população de que por maiores que sejam os crimes cometidos por uma pessoa, cabe somente ao Estado a punição dessa, já que nunca a violência será combatida com violência.