Título da redação:

Bandido bom é bandido morto?

Tema de redação: Justiça com as próprias mãos: o impacto na sociedade brasileira

Redação enviada em 20/03/2016

O crescimento exponencial da violência no Brasil é notável, e um de seus efeitos colaterais foi o surgimento do ideal de que bandido bom é bandido morto. Baseando-se em exemplos de países com baixo índice de criminalidade e segurança invejável, como a Suíça e a Noruega, deduz-se que fazer justiça com as próprias mãos não é a solução. Uma sociedade que vai às ruas para pedir o fim da Polícia Militar é a mesma que, alarmada pela criminalidade vivenciada nas grandes e pequenas cidades do país, cobra dos policiais para que retribuam a violência. Essa distorção é o exemplo claro de que a população brasileira se relaciona de forma conturbada com quem deve protegê-la. O Código Penal brasileiro é bastante atrasado e há muitas brechas que permitem a liberação dos criminosos. Estes, mesmo presos, são capazes de comandar milícias e facções de dentro das penitenciárias. Frente a tanta impunidade é inevitável o surgimento de pessoas com o desejo da falsa justiça que é a vingança. Policiais e populares, apelidados de justiceiros, recebem apoio e incentivo dos cidadãos - os quais se encontram totalmente desacreditados da justiça. O impacto que essa atitude traz é a construção de uma sociedade violenta, que busca resolver suas problemáticas baseada na barbárie, e não na racionalização. Esse cenário pode influenciar crianças e jovens que, quando adultos, terão dificuldade em se relacionar uns com os outros por conta do desenvolvimento de uma personalidade agressiva. As autoridades governamentais precisam investir na qualidade das instituições de ensino, para que cada vez menos pessoas enxerguem no crime um caminho viável, assim como, promover campanhas nas diversas mídias que busquem combater a justiça com as próprias mãos e punam (com prisão ou trabalho social) as pessoas que realizem esses atos, além de incentivarem a união familiar - base essencial para a formação de caráter. É preciso, também, que o Estado fortaleça os projetos de educação prisional, como cursos profissionalizantes, e proporcione a ressocialização adequada para que ex-detentos não retornem ao crime.