Com atual estado de anomia da sociedade brasileira, o Brasil ganhou destaque internacional por atos de crueldade, violência e brutalidade. São Paulo, Rio de janeiro e Bahia lideram, a mais de duas décadas, o ranking de cidades com maior índice de linchamentos por ano. A justiça com as próprias mãos que é realizada atualmente remete ao tempo arcaico da santa inquisição, criada por motivos religiosos, que diariamente condenava pessoas− muitas vezes inocentes─ a cruéis níveis de tortura. Hoje nossos justiceiros não mascarados não passam de uma de uma população assustada, com um constante sentimento de medo e impotência, que se utiliza da maneira mais vil para se rebelar contra um sistema judiciário ineficaz. Esse descontentamento é expresso através de humilhações, espancamento, brutalidades e morte. Thomas Hobbes, importante filósofo do século XII, afirmou: “o homem em seu estado natural é mau e cruel, pois possui um poder ilimitado de violência”. Em sua obra mais importante, Leviatã, ele consolida seu ponto de vista ao expor a função do estado, que deve ser criado para canalizar o poder individual e redireciona-lo para a criação da ordem e da sociedade. Nesse sentido devemos ter em mente que a lei de talião não traz nenhum benefício para a sociedade em que vivemos, e que ao praticar esses atos nos tornamos tão criminosos, senão piores, que o bandido. Por isso mesmo que demore devemos deixar o estado executar seu papel perante a sociedade, adotando praticas que visam a melhoria da segurança e o sistema carcerário. Cabe à população fiscaliza-los e denuncia-los com a falta do cumprimento dessas leis.