Immanuel Kant, um dos maiores filósofos da era moderna, profere em seu conceito Imperativo Categórico, sendo o Imperativo “o dever moral” e o Categórico “atingir a todos sem exceção” o dever que as pessoas têm de agir baseado em princípios que desejariam ver aplicados universalmente. Dessa forma, somente um ser racional tendo a capacidade de agir pela lei e combatendo o relativismo moral aplicaria o conceito de que o certo é correto independente da situação ou circunstância. Nesse contexto, a justiça com as próprias mãos causa impactos na sociedade brasileira seja pelo contexto errôneo do justiceiro ou pelas consequências de quem as sofre. Sob um primeiro enfoque, Batman, identidade secreta de Bruce Wayne e um dos mais conhecidos “super-herói”, se torna um justiceiro após ter testemunhado o assassinato de seus pais quando criança. Fora dos quadrinhos ou filmes, esses continuam existindo. Uma vez que segundo o G1, no Brasil em junho de 2017 a frase “sou ladrão e vacilão” foi tatuada na testa de um adolescente acusado de tentar furtar uma bicicleta, por um tatuador que teria flagrado a suposta tentativa de furto enquanto um vizinho filmava toda a transgressão. O que demonstra que tanto Batman quanto o tatuador e seu comparsa não são heróis mas sim facínoras. Sob uma segunda ótica, visto os possíveis sentimentos de medo, ansiedade, depressão ou até mesmo a morte, se torna axiomático trazendo para a sociedade parte da terceira lei do físico e matemático Newton, que diz “que a toda ação há sempre uma reação oposta e de igual intensidade” somado ao processo de Seleção Natural de Charles Darwin que essa ação deixa marcas no processo de adaptação dos que sofrem, fazendo com que esses sofredores tenham menos chances de sobrevivência. Destarte, depreende-se que medidas são necessárias para resolver o imbróglio. Cabe ao Poder Legislativo ressignificar a lei 345 do código penal brasileiro com a finalidade de diminuir esses crimes de “justiça”. Em adição a isso, o Ministério da Saúde pode disponibilizar profissionais tanto para os criminosos quanto para as vítimas a fim de tratar problemas psicológicos nos flagiciosos além da reeducar e possíveis distúrbios nos sofredores. Nessa perspectiva, aplicando universalmente aquilo que o indivíduo faria a si mesmo por intermédio dos princípios baseados na razão, haveria uma sociedade boa e justa como a que Immanuel Kant imaginou.