A vida em sociedade requer a criação de instituições e leis para regular e facilitar o convívio. O Código Penal e a polícia, por exemplo, foram criados para prevenir crimes e punir delinquentes. No entanto, quando esse aparato falha, a sociedade acha-se no direito de fazer justiça, gerando caos e insegurança, mortes e aumentando a descrença nos órgãos do governo. De acordo com dados divulgados pelos estados brasileiros, no 1° semestre de 2014 mais de 50 pessoas foram vítimas de linchamentos no Brasil. Uma delas foi um professor espancado ao ser confundido com um ladrão, a outra uma dona de casa morta por que alguns populares acharam que ela fosse uma assassina. Tais dados demonstram que nenhuma pessoa está à salvo quando se trata de populares buscando justiça. Esses atos geram insegurança e medo, afinal os "suspeitos" não têm direito a defesa ou a julgamento e se tornam vítimas do que os justiceiros querem evitar: a violência. Dessa forma, cria-se um contínuo ciclo de crimes e injustiças. Os justiceiros defendem que isso é necessário porque a polícia é mal preparada e a justiça é lenta. No entanto, tal comportamento dificulta a ação dos policiais e dos magistrados por desviar o foco do crime original, aumentar o número de vítimas e, consequentemente, de criminosos. Percebe-se que para mudar esse cenário, os governos devem garantir maior segurança à população aumentando o policiamento em áreas de risco e visando pela celeridade processual. Além disso, as escolas e faculdades devem oferecer palestras sobre os riscos da justiça privada e os justiceiros devem ser punidos na forma da lei.