A repressão violenta e arbitrária sob alguns grupos desfavorecidos economicamente, como negros pobres, moradores de rua e membros de comunidades carentes sob a alegação de crimes sem provas, demonstram juízos preconcebidos, atitudes as quais não sobrevivem a um enfrentamento arrazoado de idéias, e apenas refletem o paroquialismo de pensamento mostrando as diferentes faces da violência e irracionalidade. Durante muito tempo o ser humano conviveu com a arbitrariedade das leis do absolutismo sem ter seus direitos garantidos, a ponto que após toda a transição e assimilação das idéias iluministas, a humanidade ainda foi capaz de produzir verdadeiras catástrofes ao longo dos séculos XIX e XX, no final da segunda guerra mundial foram criados órgãos reguladores a fim de evitar mais violência desmedida e estabelecer princípios de comum acordo para todas as nações. O Brasil como signatário tenta impor aos seus cidadãos através das leis, valores básicos como o princípio isonômico de justiça e a declaração universal dos direitos humanos humanos, a qual diz no seu artigo 11º que "Toda pessoa acusada de ato delituoso presume-se inocente até que sua culpabilidade fique legalmente provada no decurso de um processo público", pois a primeira característica para se fazer a análise de um crime é despir-se o quanto for humanamente possível de todo o tipo de pré-concepção e inclinações ideológicas, a segunda coisa é analisar as evidências. As próprias instituições evoluíram através da luta de grupos desfavorecidos para criar mecanismos de auto-regulação a ponto de estabelecer isonomia entre seus cidadãos. É hora de renunciarmos a disputas políticas e avaliarmos se somos capazes de ter uma discussão sensata sobre que tipo de sociedade queremos viver. Uma sociedade que respeita os direitos humanos e trata a todos igualmente perante a lei, ou uma que estabelece uma caça as bruxas em quaisquer direitos de defesa, se assim for estamos a um passo da barbárie.