Título da redação:

A "alcateia" brasileira

Tema de redação: Justiça com as próprias mãos: o impacto na sociedade brasileira

Redação enviada em 09/03/2017

Na teoria do filósofo Thomas Hobbes, autor da obra "o Leviatã", o homem é o lobo do próprio homem, sendo necessário um Estado que controle esse "estado de natureza". Não distante desse pensamento, a carência de justiça na sociedade brasileira remete a uma série de atos "vigilantes" e violentos da própria população, que aclamam por mudanças na segurança pública atual. Em primeiro lugar, é fundamental analisar as motivações da justiça com as próprias mãos. Assim, a impunidade das leis brasileiras e o curto período de detenção torna o sistema falho e revoltante, assim como dados do IBGE apontam que mais de 90% dos assassinatos saem impunes no Brasil. Além disso, a insegurança é responsável pela retomada de ideais considerados naturalistas, em que o homem é tratado como ser "animalesco", uma vez que o caos implantado no Espírito Santo em fevereiro é uma prova de como a sociedade necessita de coerção e como, atualmente, carece disso. Ademais, convém ressaltar os impactos dessa injustiça. Dessa forma, o sujeitamento da própria população no julgamento cruel e indevido reflete em uma sociedade desmoralizada e ainda mais injusta, visto que essa é a função da justiça brasileira. Assim, como aconteceu com um jovem no Maranhão em 2015 que foi amarrado em um poste e espancado até a morte retrata a urgência de mudanças para conferir o real sentido de equidade no Brasil. Fica evidente, portanto, a necessidade de reestruturação do sistema penal e controle da população. Para isso, é fundamental uma reforma judiciária, com leis mais severas e que garantam a justiça e a permanência dos detentos, além da ampliação da segurança pública, com mais viaturas policiais e fiscalizações. A mídia pode, com o apoio de ONGs, criar campanhas publicitárias que desestimulem o senso "animal" de revolta e incentivem a cobrança governamental de integridade. Por fim, cabe a conscientização da própria sociedade, buscando a cobrança por mudanças dos atos políticos para que, enfim, esses atos "vigilantes" não interfiram na legitimidades dos brasileiros.