Título da redação:

Redação sem título.

Tema de redação: Intolerância e discurso de ódio contra minorias

Redação enviada em 15/05/2019

O atual presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, move esforços para construir um muro na fronteira do seu país com o México, com o escopo de impedir o crescente fluxo imigratório de mexicanos. Contudo, no cenário hodierno, vê-se que, no Brasil, há um muro bem estruturado na sociedade, quando analisa-se a intolerância e o discurso de ódio contra minorias cada vez mais presente no país, segregando pessoas e fomentando a instabilidade ética-social. Nesse sentido, é necessário encontrar subterfúgios para solucionar essa inercial problemática. Cabe pontuar, em primeiro plano, que o Brasil desde os primórdios de sua formação, foi estruturado em um modelo social excludente, em que todo o cidadão que desvia-se dos padrões estabelecidos, branco e abastado, sofre uma periferização social. Esse fato pode ser evidenciado na chegada dos portugueses à América Lusitana que, dotados de uma postura darwinista etnocêntrica, ignoraram por completo a cultura dos povos nativos, atribuindo-lhes esteriótipos preconceituosos que perpetuam-se até os dias atuais, como a concepção de que povos indígenas são selvagens. Sob esse viés, é imprescindível analisar o pensamento de Carlos Sabbi, que dizia que uma sociedade nunca seria bem-sucedida sem o pleno exercício da ética. De forma análoga, uma sociedade que conserva a aversão ao diferente, propagando discursos de intolerância, nunca obterá sucesso, uma vez que seu sistema ético precisa ser reavaliado. Faz-se mister, ainda, salientar que com a intensificação dos veículos de comunicação, internet e outras tecnologias, a propagação dos discursos de ódio ganham escala global, agravando o impasse. Dessarte, muitos usam redes sociais para divulgarem suas opiniões, todavia, diante uma postura inadequada de seus consumidores, essas mídias sociais acabam sendo palco para discursos que revelam,infelizmente, a manutenção do ódio ao diferente, do racismo e do desrespeito com o próximo, como aconteceu com a jornalista Maria Julia Coutinho, em 2019, que recebeu vários insultos racistas de internautas na web. Infere-se, portanto, que a intolerância e os discursos de ódio são problemas estruturais e ainda vigentes na sociedade brasileira, revelando a gravidade do revés. Dessa forma, compete ao Ministério da Educação (MEC), em parceria com as mídias, criar campanhas de conscientização que evidenciem a importância das diferenças para a formação da riqueza e diversidade nacional. Por isso, seguindo a lógica do matemático e filósofo Pitágoras sobre a necessidade de educar os jovens para que evite-se o castigo dessas gerações na fase adulta, é importante que o MEC desenvolva, nas escolas, atividades ministradas por pedagogos, direcionadas a pais e alunos, que visem a ampliação do contato entre a população e os interesses das minorias do Brasil, por meio de gincanas e palestras que estimulem o estudo sobre a cultura indígena, a negra, e tantas outras que acabam sendo marginalizadas por suas diferenças, a fim de minimizar preconceitos. Destarte, poderá dizer-se que, no Brasil, no lugar de muros, constrói-se pontes rumo ao sucesso, conforme idealizava Sabbi.