O filme “O jogo da Imitação”, dirigido por Morten Tyldum, expõe, em um de seus planos centrais, o desenvolvimento da inteligência artificial como uma forma de promoção de benefícios ao ser humano. Essa discussão artística provoca uma séria reflexão sobre o avanço tecnológico, um processo que concomitantemente reproduz benefícios e malefícios para o contexto social. Frente a esse raciocínio, é coerente avaliar que, sob inúmeros aspectos, a adesão de computadores inteligentes no cotidiano cívico dinamizou e subsidiou a vida do homem. Exemplifique-se o suporte desse meio ao setor econômico da Ordem Mundial, o qual acelerou conversões monetárias, acordos e trocas comerciais entre inúmeros países. Sem falar nos benefícios à área médica, oriundos da adesão de robôs altamente capacitados como o “da Vince”- uma máquina com braços poliarticulados e precisos na execução de cirurgias de extrema dificuldade. Assim, atesta-se as mudanças virtuosas dessa via para com o quadro social. Em contrapartida, esses mesmos benefícios às interações coletivas são acompanhados da exclusão de parte da população global. Sob esse olhar, a grande maioria das pessoas não detentoras de um alto poder de compra são subtraídas do pleno acesso as novidades do mundo cibernético: são as ditas analfabetas virtuais. Além disso, com a gradual substituição da mão-de-obra humana em diversas linhas de produção por maquinas, fomenta-se elevados índices de desemprego estrutural, o qual restringe o fluxo de dinheiro na mão de poucos. Dessa forma, nota-se o paradoxo de investir em tecnologias de caráter individualista, motivadas apenas pelo interesse de grandes empresas. Relativamente a essa questão, urge, por conseguinte, a atuação de forma efetiva das autoridades instituídas na regulamentação do aparato tecnológico do pais, com a finalidade de assegurar os direitos trabalhistas. Outra aposta, é o incentivo da aplicação da inteligência artificial em ramos que busquem atingir a massa popular como saúde e educação.