Quando a tecnologia que se trata do desenvolvimento da inteligência humana em computadores é entendida como exterminadora da raça humana, se torna evidente o abismo presente entre o meio científico e social. Mais que isso, são desconsiderados os objetivos corporativista e epistemológico desse avanço, os quais são os principais focos dos projetistas, além das preocupações sobre a engenharia do conhecimento. Ou seja, a divergência entre o fato real e como ele é visto publicamente é gritante. O que é bastante ofuscado é o desenvolvimento que a inteligência artificial pode trazer para nossa sociedade. De modo que são descartados por muitos os estudos neurológicos que estão sendo feitos, a fim de reproduzir os principais mecanismos da mente humana em uma máquina, para que está seja capaz de acumular, representar e manipular dados adquiridos, assim como nós fazemos. Diante desses objetivos, é possível observar uma evolução no uso da tecnologia por nós, visto que, no século passado, a prioridade desse artefato era a indústria bélica, ou seja, pode-se detectar uma ruptura de paradigmas nessa área. No entanto, essa mudança também pode trazer consequências maléficas ao nosso desenvolvimento enquanto espécie. Poderiam essas máquinas assumirem nosso papel na busca do conhecimento? Essa substituição seria benéfica para o desenvolvimento de nossa inteligência? Assim como o comodismo está presente quando temos a opção de passar nossas obrigações para um outro agente, futuramente, este pode ser representado pelas máquinas. Nesse caso, a resposta da segunda pergunta é negativa, já que se a nossa mente não estiver sendo treinada intelectualmente, sua capacidade inteligível é deteriorada, segundo estudos neurológicos. Dessa forma, seria adequado, antes de tudo, um intenso desenvolvimento do diálogo entre a ciência e a sociedade através da maior disseminação de informações científicas de modo compreensível a todos os públicos. Com isso, a inteligência artificial terá um papel auxiliador ao invés de substituir nossa capacidade de resolver problemas, e, assim, atuar como um catalisador, aumentando a velocidade da evolução da mente e do conhecimento humano. Portanto, é perceptível a urgência da inserção do meio social no científico e vice-versa, principalmente, através de mecanismos a que estamos familiarizados a utilizar cotidianamente, como as redes sociais, os blogs, os jornais, as revistas, introduzindo ao dia a dia de cada um informações de extrema necessidade para que o fim em pauta seja atingido.