Título da redação:

Quanto vale uma vida?

Tema de redação: Impactos: as virtudes do desastre de Mariana

Redação enviada em 17/05/2016

A atividade mineradora no Brasil não é tão recente quanto se pensa. Apesar de, nos dias de hoje, não ouvir-se tanto a respeito dessa prática e não ter tanto espaço na contribuição do PIB do país em relação ao agronegócio, por exemplo, ela já foi a maior atividade econômica durante grande parte do século XVIII, tendo seu declínio apenas no final deste período. Contudo, há alguns meses ela vem sendo uma das principais pautas de debates de ambientalistas e canais de comunicação em detrimento do rompimento de uma das barragens da mineradora Samarco, responsável por causar sérios prejuízos à região de Minas Gerais e do Espírito Santo. Tal evento prejudicou uma quantidade inestimável de pessoas, não se limitando a apenas um problema ambiental, mas também econômico e social. A tragédia é fruto do eterno conflito entre ambientalistas e empresários, sendo, os últimos, os grandes responsáveis, na maioria dos casos, por tantas fatalidades, afinal, são guiados por pensamentos levianos e imprudentes, em que a ganância e o capital falam mais alto que a coletividade, a conservação ambiental e o bem-estar de todos. A má gestão desse setor, a ineficiência da fiscalização dos órgãos públicos e a demora na tomada de medidas após o acidente torna claro o descaso com a sociedade. O desastre deixou incontáveis marcas, muitas delas irreversíveis. O rio Doce, considerado morto por especialistas, demorará décadas para começar a se recuperar. Porém, o desastre não matou apenas um ecossistema. Ele matou toda a história que se mantinha ali há séculos. Dizimou sonhos e esperanças. Desestruturou famílias e deixou milhares de vítimas e desabrigados. E, mais do que isso, a incúria da própria mineradora e do Governo diante da situação foi um verdadeiro crime contra toda a natureza e a população. Dessa maneira, o legado desse fato são as perdas irreparáveis e um descomunal prejuízo para os bancos públicos e para a própria empresa. Logo, é essencial entender que os danos não são solucionados através de um simples pedido de desculpa ou de palavras de consolação, mas sim de atitudes de prevenção, principalmente. O Poder Público deve aumentar a inspeção sobre essas áreas, além da necessidade da criação de projetos, por parte do Ministério do Meio Ambiente em parceria com o Ministério da Ciência e Tecnologia, que viabilizem o estabelecimento de estratégias de extração de minérios que sejam mais sustentáveis e menos perigosas para a população e para a flora e a fauna. Outra medida é impor um maior monitoramento regular dessas áreas e um maior investimento em equipamentos e pesquisas em prol da segurança do entorno. Ademais, tornar as leis mais severas e o estabelecer multas para os transgressores é de extrema importância para evitar esse tipo de catástrofe.