Título da redação:

O legado de Mariana

Tema de redação: Impactos: as virtudes do desastre de Mariana

Redação enviada em 04/04/2016

O rompimento da barragem de rejeitos minerais que destruiu o distrito Bento Rodrigues é reconhecido mundialmente como a maior tragédia dessa natureza. Apesar de ter deixado rastros irreparáveis, o desastre em Mariana serviu como estopim para o reconhecimento das negligências fiscais e empresariais e, desse modo, motivo para mudanças administrativas. Nesse sentido, as incertezas quanto à segurança persistem. A princípio, diante a várias catástrofes ocorridas, o Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) se mostra incapaz de exercer sua função. Se o Brasil apresenta registros de outros infortúnios envolvendo mineradoras, como o da de Rio Pomba Cataguases, e vivencia o drama recente, decerto tal órgão é inábil. Seguindo essa perspectiva, a partir da funcionalidade da organização de controlar e fiscalizar, o acontecido não configura um acidente, mas uma falha inadmissível. Além do mais, pelo aspecto sociológico, é importante ressaltar a fluidez humana na atividade da Samarco, companhia atuante da região de Mariana. A irresponsabilidade e a cobiça por lucros sobressaíram-se a manutenção segura da barragem e marcaram a nação com perdas de vidas, patrimônios culturais e da biodiversidade local. Uma vez que essa estrutura faz parte do processo de mineração, que é conduzido por profissionais, o iminente rompimento era sabido, o que representa, assim, uma ação criminosa da empresa. Portanto, embora desastroso, o caso do distrito mineiro foi um alerta para necessárias reformas administrativas. Logo, o Estado deve exigir do DNPM a amostragem das realidades das instituições fiscalizadas em plataformas digitais, a fim dos serviços serem transparentes e controlados. Outro ponto são implicações mais severas, pelo Legislativo, a entidades que danifiquem o ambiente e exponha a população a riscos, com a intenção de tornar essas mais cautelosas, responsáveis e cidadãs.