Título da redação:

O lado amargo do Rio Doce

Tema de redação: Impactos: as virtudes do desastre de Mariana

Redação enviada em 19/05/2016

Quanto vale a vida das pessoas, dos rios, plantas e animais? Esta é a pergunta que paira sobre os moradores de Bento Rodrigues e dos demais brasileiros, a dúvida surgiu após o rompimento da barragem em Mariana, controlada pela Samarco Mineração, em novembro de 2015. Essa que causou um enorme desastre na vila com cerca de 600 habitantes. Outro dano causado pelo rompimento foi no Rio Doce, a lama se alastrou rio a dentro, matando milhares de peixes de diversas espécies, inclusive algumas em extinção. Na ocasião, o distrito foi inundado pela lama que continha rejeitos da extração e processamento de minérios de ferro. As famílias viram-se obrigadas a deixar suas casas o mais rápido possível, onde em poucas horas a lama havia tomado conta. Estas, perderam tudo o que tinham, grande parte foi destruído pelo desastre, outra foi saqueada por indivíduos da região. Dentre as tantas consequências do desastre, esta a morte de 19 pessoas, até fevereiro de 2016, 3 meses após o ocorrido, ainda havia duas pessoas desaparecidas. Este foi considerado o maior desastre ambiental do mundo nos últimos 100 anos, o volume de rejeitos despejados foi de 50 a 60 milhões de metros cúbicos, equivale, praticamente, a soma de outros dois maiores desastres ja registrados, ambos nas Filipinas. Os rejeitos de minério de ferro chegaram ao Rio Doce. A bacia do rio tem uma área de drenagem de cerca de 86.715 quilômetros quadrados, sendo a sua maioria em Minas Gerais.O IBAMA informou que, das 80 espécies de peixes que ocorrem no rio Doce, 11 estão ameaçadas de extinção e 12 são endêmicas, só existem nesta bacia hidrográfica e podem ter sido extintas. Observando os aspectos relatados anteriormente, nota-se que houve negligencia no monitoramento da barragem, por parte das empresas responsáveis. Visando a amenização dos danos causados as pessoas atingidas e a bacia do Rio Doce, a Vale e a BHP Biliton precisam indenizar as famílias pelos danos e perdas causados, construir moradias novas para todos os desabrigados pelo desastre. E quanto ao Rio, as empresas tem a obrigação de criar projetos de recuperação do rio, das matas e executá-los. Por fim, o governo deve exigir a manutenção e fiscalização bimestral de todas as represas instaladas no país, visando a prevenção desses tipo de desastre, pois as consequências são muitas, e algumas não há nem uma forma de recuperação.