O Rio Doce era um guardião das vidas do ecossistema que o rodeava e das populações ribeirinhas como da cidade de Mariana, a mais afetada com o desastre. Foram muitas pessoas que perderam suas casas e que sofreram com a falta de água, pois o rio, cuja água era usada para o consumo, está contaminado com a lama e os resíduos minerais despejados. Índios que dependiam de suas águas para a sobrevivência são obrigados a deslocar-se, e a fauna e flora morrem junto dele. A multinacional Vale, responsável pelo desastre, tenta passar a imagem de uma empresa sustentável e compromissada, no entanto, suas tentativas de reparação dos impactos ainda são ineficazes. Os resíduos minerais despejados têm matado e contaminado os peixes ao longo da extensão do rio e de muitos dos afluentes, além dos animais que não podem utilizar a água para o consumo. A lama soterrou nascentes e tornou o solo infértil para o desenvolvimento vegetal. Pesquisadores e ambientalistas afirmam que a recuperação do rio pode demorar dez anos, trazendo prejuízo para milhares de vidas. O desastre ambiental reflete o descaso das grandes empresas e do Estado com a necessidade urgente de uma política de desenvolvimento sustentável. Além dos diversos impactos ambientais, há a questão social que afetou tantas famílias e populações que sobreviviam da pesca e do uso da água para suas atividades diárias, além da perda de casas e bens pelos cidadãos de Mariana. Frente à iminência da quebra da barragem, a mineradora nem se quer alertou a cidade, que foi surpreendida e teve de sair às pressas, o que causou a morte de muitas pessoas. Os maiores afetados foram os inocentes supridos pelo rio, não a multinacional que não se atentou para a precariedade da barragem. Diante dos fatos apresentados, é preciso que haja uma maior veiculação das informações por parte da mídia, que informe o Brasil sobre os processos de recuperação do rio, que tem sido esquecido por aqueles que não foram afetados diretamente. O Ministério do Meio Ambiente deve estimular a criação de leis mais rigorosas a cerca dos limites do desenvolvimento, em prol de uma política sustentável e investir em fortes fiscalizações do cumprimento dessas leis, principalmente em áreas de expensão da agropecuária e de extração mineral. Além disso, é necessário assistência às famílias prejudicadas através de indenizações efetivas por parte da empresa Vale, e que os governos locais invistam tais indenizações devidamente na recuperação das cidades.