Título da redação:

O desastre de um Brasil em desenvolvimento

Tema de redação: Impactos: as virtudes do desastre de Mariana

Redação enviada em 08/04/2016

O desastre de Mariana pode ser caracterizado por uma palavra: negligência, que partiu tanto do governo quanto da mineradora Samarco. Isso se evidencia pelo “jeitinho brasileiro” praticado pelas prefeituras das cidades onde se encontravam as barragens em consonância ao interesse exacerbado de lucro, por parte da empresa, que evitou gastos com a melhoria da infraestrutura e segurança. Fatores que levaram à destruição do município de Bento Rodrigues e a um grande impacto ambiental. O “jeitinho brasileiro” foi um dos fatores que conduziram ao rompimento das barragens de Fundão e Santarém, ambas da Samarco. Para o antropólogo brasileiro, Roberto DaMatta, essa prática é uma forma de corrupção, uma vez que desiguala o que era para ser igual. Essa tese explica como, anteriormente à tragédia, os órgãos públicos utilizaram suas hierarquias para abrandar multas e fiscalizações mais rígidas à empresa, a fim de evitar a sua saída das cidades, que levariam ao prejuízo financeiro e desemprego da população local. Ato que levou a contaminação de uma grande extensão do Rio Doce, deixando centenas de pessoas desabrigadas e sem o seu meio de sustento. Outrossim, a Samarco deixou de investir no aprimoramento das barragens, o que as tornariam mais seguras, para garantir maior lucro. Essa atitude é explicada pelo sociólogo Weber, no qual afirma que a falta de escrúpulos na obtenção de riqueza é característico em países em desenvolvimento. No Brasil, a impunidade e corrupção, cenário de países subdesenvolvidos, colaboram para o descaso das empresas quanto ao prejuízo da sociedade e impactos ambientais, o que pode levar a desastres como o de Mariana, que levou à destruição de uma grande biodiversidade e a morte de dez pessoas. Dessa forma, a impunidade e a corrupção conduziram a um dos maiores desastres visto no país. Para evitar que esse tipo de evento ocorra novamente, o Estado deve tornar mais rígida as punições contra organizações privadas e os órgãos responsáveis precisam tornar eficientes as fiscalizações, não beneficiando-se do poder para garantir direito às instituições. Ademais, o terceiro setor e grupos sociais, aproveitando de sua imparcialidade, podem auxiliar as prefeituras quanto à fiscalização, levando conhecimento para a população dos danos que estão sendo causados por entidades privadas e provocando movimentos para impedir que esse prejuízo se perpetue. A segurança do meio ambiente e da população é um dever de qualquer entidade, seja pública ou privada. Caso isso fosse uma exigência, Bento Rodrigues poderia completar mais trezentos anos.