Título da redação:

O desastre de Mariana

Tema de redação: Impactos: as virtudes do desastre de Mariana

Redação enviada em 02/04/2016

Em novembro de 2015, o Brasil sofreu o maior desastre ambiental de todos os tempos, quando ocorreu o rompimento das barragens de rejeitos de mineração da empresa Samarco na região de Mariana, Minas Gerais. Os danos são incalculáveis e de natureza ambiental, social, cultural e econômico. Várias famílias perderam casas, bens e entes queridos. Muitos patrimônios culturais, como Igrejas históricas, foram devastados, além da contaminação do rio Doce, seus afluentes e regiões litorâneas. Alguns estudos científicos têm apontado para a impossibilidade da recuperação da vida aquática das regiões afetadas, o que agrava ainda mais o cenário, tornando-o de impacto permanente na sociedade. É sabido que a economia brasileira é amparada na exportação de minério, dentre outras commodities, e no Agronegócio, ou seja, em setores com atividades de grande impacto ambiental. Frequentemente, a intensidade com que a exploração dos recursos naturais acontece não é correspondida pelo reparo aos danos ambientais provocados e com medidas eficazes de prevenção de desastres. No caso de Mariana, tem sido comprovado a falta de gerenciamento das barragens pela empresa Samarco, bem como a inexistência de um plano eficiente para minimizar impactos de possíveis incidentes e também a ineficiência ou até a inexistência de fiscalização pública das barragens. Cenários desastrosos como o de Mariana podem ser evitados com a implementação rigorosa de uma política de exploração sustentável dos recursos naturais pelas empresas exploradoras, por exemplo através de investimentos em métodos alternativos de tratamento do minério explorado para que o volume de resíduos seja reduzido e a forma de estocagem não seja a de barragens, que potencializa a ocorrência de desastres. É necessário também uma forte presença do Estado na fiscalização das atividades dessas empresas, com o estabelecimento de um plano periódico de fiscalização e a realização de auditorias independentes que comprovem a sustentabilidade das práticas de exploração. Deve-se também aplicar punições jurídicas rigorosas aos dirigentes dessas empresas responsáveis por incidentes de desastres ambientais para os casos comprovados de omissão ou negligência administrativa.