Título da redação:

Nem todo fim, justifica os meios

Tema de redação: Impactos: as virtudes do desastre de Mariana

Redação enviada em 21/04/2016

Há quem diga que “ os fins sempre justificam os meios”, entretanto esse ditado não prevalece nas questões ambientais, pois tudo o que se faz ao ambiente retorna ao homem com uma proporção dezena de vezes maior, tornando o prejuízo “dos meios” maior do que o lucro “dos fins”. Exemplificado, pelo vazamento de petróleo no golfo do México, em 2010, que, até hoje, gera prejuízos milionários. No Brasil, o exemplo mais recente foi o do rompimento da barragem de dejetos de minérios em Mariana, que além de trazer inúmeros prejuízos ambientais e sociais, foi nocivo a moral da justiça brasileira, que se revelou frágil diante do capitalismo selvagem. No dia 05 de novembro, após o rompimento de uma barragem da empresa Samarco, toneladas de lama com rejeitos minerais inundaram o distrito de São Bento, na cidade de Mariana, destruindo o distrito e contaminando o rio Doce. Centenas de pessoas ficaram feridas, desabrigadas e perderam todo o seu patrimônio. Além disso, os dejetos, que ainda estão se deslocando para o oceano, contém metais pesados, que são bioacumuladores, tóxicos e causam desequilíbrio no ecossistema marinho, com a morte e a intoxicação de diversas espécies; a contaminação da água, impedindo a pesca e o uso para abastecimentos das populações ribeirinhas e a contaminação do solo, tornando-o improdutivo. Somado aos diversos desastres ambientais e sociais, têm-se ainda um queda na moral da justiça brasileira - que já vinha sendo alvo de críticas há anos - visto que essa amenizou os problemas da barragem para diminuir a penalização da empresa VALE, proprietária majoritária da Samarco, pois essa multinacional é uma das maiores contribuintes para os cofres públicos. Além disso, pode-se deduzir, com base no histórico corrupto da justiça brasileira, que houve interesses econômicos pessoais por parte dos políticos. Infere-se, portanto, que é necessário que a justiça e o povo brasileiro reaja a essa catástrofe política, social e ambiental, por meio da penalização, pelo Ministério do Meio Ambiente, aos danos ambientais causados, com o pagamento de indenizações que devem ser usadas para amenizar os impactos ambientais; o Ministério da Justiça deve exigir indenizações e auxílios à todos os moradores de São bento e aos trabalhadores na barragem rompida e deve fiscalizar todas as indenizações; a população junto as Organizações Não-Governamentais pode criar sites de doações e apoio às vítimas.