Marcado como o maior desastre de Minas Gerais, o rompimento da barragem de rejeitos da mineradora Samarco foi responsável por diversos comprometimentos ambientais e sociais na cidade de Mariana. Somado ao prejuízo econômico, o impacto ambiental pode ser visto como uma alarmante consequência desse acontecimento. Além disso, é importante citar como uma possível causa o descaso da empresa diante dos riscos que a barragem já apresentava. Em um momento de problemas graves como mortos, feridos e imóveis arruinados, seria de imensa necessidade o investimento em saúde e programas sociais para dar apoio à população. Porém, devido ao fato de a atividade mineradora ser a maior fonte de recolhimento de verba da cidade, segundo o prefeito de Mariana, a realização desses se tornou uma dificuldade, já que a empresa precisou ser paralisada, o que acarretou na perda de cinquenta por cento das arrecadações. Ademais, a enxurrada de lama que desabou sobre a cidade afetou um importante rio. Palco de grande biodiversidade, o Rio Doce foi prejudicado, o que afetou a fauna aquática e o abastecimento de água em municípios mineiros. Segundo a empresa Samarco, na lama havia, em maior parte, areia, o que foi contrariado pelo Ibama, que afirmava conter, além de areia, óxido de ferro, que em excesso pode ocasionar problemas tanto para as pessoas quanto para os animais e vegetações. Além disso, a empresa pode ter sido negligente, uma vez previamente alertada pela Feam (Fundação Estadual de Meio Ambiente) acerca da estrutura da barragem, que apresentava riscos e necessitava de reparos. Ainda que a Samarco tenha informado dois possíveis tremores na área, ainda não se sabe se os mesmos ocorreram por motivos naturais ou pelos próprios reservatórios, o que não anula a parcela da irresponsabilidade da mineradora, tendo em vista a solicitação de reformas. Logo, é necessário evidenciar a importância da manutenção preventiva, capaz de detectar e evitar maiores problemas antes que venham a se suceder. Caso contrário, o que continuará sendo visto é este irresponsável gerenciamento de crises, fatalmente perpetrado sobre as camadas mais frágeis da sociedade. Somado a isso, é essencial a participação da população perante os riscos e possíveis impactos, com pedidos insistentes de fiscalização e documentos afirmando não haver nenhum risco no local.