Um rastro de destruição. Isso foi o que caracterizou o distrito de Bento Gonçalves após o rompimento da barragem do Fundão, no município de Mariana, Minas Gerais. O irreparável dano social, econômico e ecológico foi causado, principalmente, pela negligência da mineradora Samarco, responsável pela barragem, e do poder público. O rompimento da barragem liberou, pelo menos, 500 milhões de metros cúbicos de rejeitos de ferro. Dessa forma, além do prejuízo econômico, houve também prejuízos sociais, ocasionado pela destruição de casas, fontes de renda familiares e a morte de 17 pessoas, e ecológicos que levarão anos para a recuperação do ecossistema, sem garantia de que ela realmente ocorra. Esse desastre ambiental só foi possível graças a uma série de fatores propícios. Primeiramente, a negligência da mineradora Samarco através do funcionamento da barragem, mesmo com o risco de colapso estrutural. E por fim, a irresponsabilidade governamental devido à falta de inspeções e investimento em projetos que previnam futuros desastres ambientais. Assim, é impossível, em um curto espaço de tempo, a recuperação total dos danos causados. Deve haver uma tentativa de salvar espécies da fauna e flora sobreviventes, por meio do deslocamento das mesmas para outras áreas, além de um tratamento da agua e do solo contaminados por minérios de ferro. A reparação material e financeira para as famílias vítimas do desastre, por meio de uma indenização, é indiscutível.