Título da redação:

Injustiça: quando muitos pagam pelo erro de poucos

Tema de redação: Impactos: as virtudes do desastre de Mariana

Redação enviada em 04/11/2016

Um estrondo lá no alto, lama morro a baixo e vidas no caminho. Este é o cenário da desolação: barragens, comunidades e ecossistemas rompidos e interrompidos. Como a população foi afetada ? Há possibilidade de reversão? Como recuperar a qualidade de vida ? De acordo com o IGAM (Instituto Mineiro de Gestão de Águas), o teor de Ferro e Manganês está acima do recomendável. Em consonância com essa avaliação, as águas do Rio Doce não podem ser utilizadas para agricultura e criação animal. Com isso, a população dependente das águas poluídas viu-se obrigada a furar poços artesianos na região, alternativa custosa podendo ser realizada pela minoria. É notório que o impacto econômico afeta cadeias produtivas regionais e por consequência também as famílias. Mas, ainda mais desolador e preocupante será o impacto ambiental futuro, ainda imensurável. A reversão, mesmo parcial, de um evento de tais magnitudes levará no mínimo 300 anos para se concretizar conforme estimativa e comparações do Ibama com outros desastres ambientais mundiais. E, isso se levarmos em consideração que as atitudes e medidas necessárias sejam devidamente aplicadas. Foi constatado pelos pesquisadores da UFES (Universidade Federal do Espiríto Santo) que, os principais compostos minerais tóxicos estão sendo depositados no leito do rio. Tal deposição terá efeito ainda desconhecido sobre o solo e vida fluvial. Para amenizar maiores danos como assoreamento do rio, processo que já ocorre am algumas partes, estuda-se a limpeza e retirada de partes de sedimentos em pontos estratégicos. A implementação de medidas para redução dos danos requerirá um trabalho sério e conjunto entre a empresa Samarco, o governo e Institutos de Pesquisa, alem é claro do apoio e pressão da população e orgãos respeitados como o MPF. A empresa deverá custear as pesquisas de impacto ambiental assim como as medidas de prevenção e redução de danos propostas, além de indenizar justamente as comunidades prejudicadas. O governo e suas autarquias como o DNPM (Departamento Nacional de Produção Mineral) precisa comprometer-se a fiscalizar mais ativamente outras barragens para evitar novos desastres, papel no qual falhou. Assim como, endurecer as regras de concessão à exploração mineral priorizando sempre a vida.