Não é de hoje que o ser humano reconhece sua capacidade de modificar o meio onde vive. Com o surgimento da corrente possibilista difundida por Paul Vidal de La Blache, que afirmava que o homem é o ser ativo do meio e, não a natureza como se pensava antes, possibilitou o desenvolvimento capitalista. A questão é: até quando a busca por esse desenvolvimento vai afetar milhares de pessoas, animais e hábitats? Um exemplo recente dessa interferência humana foi o desastre ocorrido no distrito de Mariana em 2015, considerado o maior desastre natural com barragens da história mundial. Essa realidade está diretamente ligada com a degradação ambiental ocasionada pela produção em massa usando todos os recursos naturais disponíveis para a obtenção de lucro em detrimento de poucos. Em virtude do descuido tanto da empresa que coordenava a barragem, quanto dos órgãos fiscalizadores, não foi possível evitar mortes tanto de pessoas, quanto de animais no distrito mineiro, sem contar com os desabrigados e a população ribeirinha que hoje não tem de onde tirar o seu sustento. O que é perceptível é que, embora, o desenvolvimento capitalista traga benefícios para a economia do país, é necessário um planejamento socioambiental, para que assim se justifique. Logo, é preciso que empresas públicas e privadas refaçam suas prioridades em relação ao capital, além disso que órgãos fiscalizadores sejam mais eficientes com visitas periódicas a barragens, hidrelétricas e mineradoras. O governo, além de fomentar a fiscalização, deve, por fim, através de planejamentos e leis, reduzir o impacto a natureza, para que o possibilismo defendido por La Blache seja aplicado de forma consciente, além do mais, que o desenvolvimento ocorra de forma plena.