O acidente de Mariana, sob responsabilidade da Samarco, que despejou cerca de 62 milhões de metros cúbicos de rejeitos de mineração no ecossistema, é um dos completos exemplos de negligência por parte das empresas e o descaso para com o meio ambiente e vida da população que reside em volta de fábricas, ou como no caso, mineradoras. Devastando o bioma da região, desestruturando a vida dos cidadãos próximos ao acidente, na mais perfeita analogia vida e morte do rio da existência. Sabe-se que tragédias deste tipo não são tão raras, a julgar pelo incidente de Chernobyl e o acidente radioativo de Goiânia, o maior já acometido em área urbana. Todos eles eclodidos pela mesma razão, o descaso dos líderes de grandes companhias, que visam, em sua maioria, mais o lucro do que o bem estar de seus funcionários, bem como a preservação da natureza. A lama que cobriu os distritos de Mariana, tendo Bento Ribeiro como um dos mais afetados, desabrigou famílias e soterrou vidas. Além de ser o apogeu de várias mortes de espécies da fauna e flora, sendo os mais prejudicados os aquáticos presentes no Rio Doce; encarregados pelo trabalho e alimento da população, destruindo a cadeia alimentar do lugar. Não bastasse isto, a lama pavimentou áreas do solo, tornando-as inférteis, onde nada nascerá novamente. O maior receio é com a conservação marinha, já que esta mesma avalanche de rejeitos químicos se encaminha para a costa de Espírito Santo. Segundo o filósofo Aristóteles, a natureza não faz nada em vão, em contrapartida, os seres humanos degradam as essências do mundo a bel prazer ou pensando em benefícios individuais e insossos, desrespeitando e ignorando, como se varre uma poeira, —ou quem sabe lama —, para debaixo do tapete, as belezas da natureza. É necessário que o Estado, por intermédio do Ministério do Meio Ambiente, criem medidas para julgar e condenar os culpados; assim como devem gerar maiores campanhas de conscientização para conservar o planeta; além de promoverem fiscalização mais rigorosa e tornando a lei de cuidado com a natureza mais incisiva, amparando, também, à população afetada. Deve-se, ainda que leve um tempo, limpar o rio de impunidades contra os maiores inimigos da Terra: a espécie humana desmazelada.