A Revolução Industrial, no século XVIII, representou que era possível gerar grande lucratividade, através da exploração ambiental. Na Idade Contemporânea, ainda perdura esse princípio do uso dos recursos naturais, mas de forma mais intensa visando maior geração de capital acumulado. No entanto, a proporção produtiva atingida atualmente possui grandes riscos de impactos ambientais, como o que ocorreu em Minas Gerais. O desastre em Mariana causou consequências severas no âmbito social, econômica e ambiental, as quais demorarão para serem sanadas, devido sua imensidão. Nesse contexto, esse desastre ambiental ocorreu por causa da falta de gestão administrativa e da fiscalização. O rompimento da barragem propiciou a liberação da chamada “lama tóxica”, na qual era composta por minérios de ferro, argila e metais pesados, que devastou vilas, áreas agrícolas e até o oceano Atlântico. Desse modo, é perceptível a falta do rigor de fiscalização em relação às construções e sua manutenção e segurança, pelos órgãos públicos, como o CREA (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia) de Minas Gerais. Ainda convém lembrar as consequências socioeconômicas proporcionadas aos morados da região. A passagem da “lama tóxica” pelos terrenos gerou um processo de laterificação, no qual consiste no aumento da concentração de metais pesados e, assim, o solo se torna rígido, ácido e impróprio para o cultivo. Dessa forma, as famílias dependentes da agricultura ficaram sem seu sustento, como também, sem moradias que foram destruídas pela lama. Outro fator existente são as inúmeras consequências em escala ambiental. O avanço da lama nos ambientes aquáticos propiciou a turbidez da água, nos quais a luz solar mão penetrava e portanto, as plantas não podiam realizar a fotossíntese. Dessa maneira, a concentração de oxigênio é baixa e os seres aeróbicos ali presentes morreram. Além disso, esses eram biocontroladores de larvas e, assim, os casos de doenças, como a dengue e a esquistossomose tendem a intensificar. Sendo assim, é essencial que o governo federal fiscalize com mais eficiência a qualidade das construções, por meio de leis rígidas, como também expedições regulares para garantir a manutenção das obras. Além disso, organizações que visam a preservação do ambiente devem usar barragens flutuantes ao longo dos rios e afluentes contendo floculantes e carvão ativado, a fim de absorver a lama tóxica e diminuir a turbidez das águas. Por último, é necessário que as empresas privadas responsáveis pelo desastre ofereça insumos aos agricultores prejudicados, como o uso de carbonato de cálcio, CaCo3, para amenizar a acidez das terras e, assim, proporcionar um pouco de conforto para esses trabalhadores.