Ao longo da história já se assistiram inúmeras catástrofes, algumas de ordem natural, como os recorrentes abalos sísmicos no Japão, como também catástrofes decorrentes da iniciativa privada. Assim sendo fica claro que as causas naturais nem sempre podem ser remediadas, porém as causadas pela iniciativa do homem podem ser previstas e prevenidas. Desse modo o rompimento da barragem de rejeitos da Samarco poderia ter sido evitado, mas por que não o foi? O ocorrido no distrito de Bento Rodrigues não é caso único, outras empresas de mineração também já cometeram esse tipo de negligência. Um caso que pode ser citado são os acontecimentos nas Filipinas, um em 1982 e outro em 1992, que juntos somaram mais de 60 milhões de m³ de lama. Diante disso constata-se inquestionavelmente que o ocorrido em Mariana não foi inédito, e o que ocasionou o desastre foi o descaso da empresa, que não tinha se quer um plano de contingência, uma vez que todo o vilarejo foi engolido pela lama. Contudo a empresa não é a única culpada, a submissão dos aparelhos estatais ao grande capital impede que esses interfiram nas ações das grandes empresas. Estima-se, segundo o jornal online, Carta Capital, que a Vale, conglomerado responsável pela Samarco, doou cerca de 39 milhões de reais para os partidos postulantes ao cargo da presidência da república em 2014. Destarte para combater os problemas referentes ás mineradoras é crucial uma mudança estrutural no que tange as doações para partidos políticos, evitando assim que o capital privado interfira em ações regulamentadoras, onde se estabeleçam normas, medidas preventivas e analises para antever possíveis tragédias.