Em 2013, milhares de cidadãos brasileiros tomaram as ruas do país em protesto às péssimas condições de vida a que são submetidos em diversas cidades da nação. Uma das maiores insatisfações dizia respeito à saúde pública. A falta de hospitais bem equipados e de médicos - em número e qualificação- passou, então, a ser mais bem debatida nas mídias nacionais e conversas rotineiras. De um lado tem-se a visão da falta de condições tecnológicas para o exercício da medicina. Com o constante desvio de verbas destinadas ao setor e grande burocracia para que se executem as reformas necessárias, não rara se tornou a observância da decadência do sistema público de saúde. Dessa maneira, médicos bem capacitados nas escolas nacionais acabam preferindo a rede privada de atendimento. Por outro lado, é possível perceber a cada vez mais presente, falta de sensibilidade dos profissionais da área. Saídos das universidades com uma grande bagagem informacional, nota-se, muitas vezes, a falta de tato dos médicos para lidar com os pacientes. Resultado, geralmente, dos anos de preparo para conviver com a morte de maneira menos traumática, o distanciamento com relação aos atendidos passa a fazer parte do modo de trabalho de muitos. Entretanto, receber um tratamento humanizado mostra-se fundamental àqueles que já estão debilitados com algum mal físico, uma vez que já se provou a intrínseca relação entre o bem estar psicológico e o fisiológico. Uma alternativa viável para a maior humanização da medicina nacional seria a inserção, nas faculdades, de disciplinas voltadas ao olhar social com possíveis atividades de campo em que se presenciasse um pouco do dia a dia daqueles que sofrem com diversos tipos de doenças. Além disso, não menos importante se faz o cuidado com a questão financeira dos hospitais para que se assegure, mesmo que sob o amparo de médicos treinados a esse olhar diferenciado, o suporte tecnológico necessário a qualquer tratamento.