Nos hospitais públicos se tornou comum ouvir pessoas dizendo que os médicos deveriam ser mais humanos e que é haja uma maior humanização na saúde pública. Isso se dá pelo fato de haver uma robotização no tratamento médico x paciente e o descaso com a estrutura física e clínica dos hospitais brasileiros. No Brasil, ao se procurar por socorro na rede pública a visão que se tem é da precariedade do espaço físico, da triagem (o primeiro atendimento, feito exclusivamente por enfermeiros), e do tratamento recebido pelo médico. Ao adentrar no consultório médico, o modelo robotizado de atender vem a tona e a insatisfação por parte do paciente também. Todavia,a falta de um contato mais "humano" entre médico e paciente, faz com que a relação entre eles se limite apenas a um diagnóstico. De tal modo, que o olho no olho, o você está bem?, tudo bem com o senhor?, fique tranquilo e, tantas outras palavras de conforto,sejam esquecidas. Se tornando o médico, um dos responsáveis por uma "desumanização" no atendimento. Contudo, essa responsabilização não se remete apenas ao médico, mas ao Estado.Não basta apenas ter um profissional mais humano, é preciso ter uma estrutura física que abarque todas as necessidades da população. E não hospitais sem maca, sem utensílios básicos para o primeiro atendimento e sem leitos de UTI,como tem saído na mídia constantemente. Sendo assim, só haverá a humanização do atendimento, quando o médico e a estrutura onde ele se encontra (hospital), estiverem em sintonia tornando pois a saúde pública uma referência em qualidade. Garantindo realmente o direito à saúde como é estabelecido na Constituição Federal, no seu artigo 5°. Diante do exposto, entende-se que para se ter um atendimento mais humanitário se faz necessário a busca pela boa relação médico x paciente, sendo esta responsabilidade de ambas as partes.Como a melhoria na estrutura dos hospitais públicos e no corpo clínico dos hospitais (enfermeiros, médicos e técnicos), sendo este, dever do Estado e direito dos cidadãos.