Para que as glândulas secretoras de hormônios possam atender efetivamente as demandas, é necessário que as estruturas receptoras sinalizem de forma clara a sua necessidade. Traçando um paralelo entre esse sistema e o atendimento dos profissionais de saúde, eles só oferecerão a melhor solução se entenderem o verdadeiro problema do seu paciente. Nesse contexto, é evidente a importância da humanização no atendimento à saúde, e isso se dará através da quebra gradativa de padrões antiquados e do inter-relacionamento das diversas áreas da saúde. O filósofo São Tomás de Aquino, enuncia em um de seus pensamentos, que a humildade é o primeiro degrau para a sabedoria. O seu oposto - a arrogância, tem sido uma grande barreira à prática médica inteligente, porque compromete não somente o relacionamento entre os profissionais, mas também com os pacientes. Um exemplo disso foi o Hospital de Rhode Island, que por conta de divergências internas entre médicos e enfermeiros, levou uma pessoa a óbito, devido a um corte errado no crânio, causado por má comunicação da equipe. Observando-se esse caso, é nítido como as relações desarmônicas são desfavoráveis ao ambiente da saúde, pois ao se recusar ouvir a sugestão do enfermeiro, o cirurgião chefe cometeu uma falha que poderia ter sido evitada. Dessa forma, buscando polir a forma de atendimento, é necessário estabelecer um novo padrão de convivência entre os profissionais. Além disso, pensando em como fatores socioculturais e ambientais podem afetar o ser humano, o plano de humanização do atendimento à saúde deve incluir essas condições em seus princípios. Uma pesquisa realizada pelo Sistema Único de Saúde (SUS), corrobora com essa ideia apresentando a influência dos determinantes sociais para a geração de doenças físicas e psicossomáticas. Perante essa visão, não basta apenas oferecer o tratamento clínico para o caso apresentado, mas torna-se também necessário entender os diversos pontos que compõe a vida do indivíduo assistido, que poderão continuar alimentando a existência dos problemas. Dessa maneira, os obstáculos só serão plenamente vencidos diante de uma ação em rede dos profissionais capacitados. Frente ao exposto, é urgente que as clínicas e hospitais estabeleçam regras claras de relacionamento entre seus funcionários, que visem a quebra de esteriótipos, de humilhações e fomentem a noção de que todos os envolvidos são importantes para o processo. Outrossim, diante da necessidade hodierna, é imprescindível que médicos, enfermeiros, psicólogos, educadores físicos, assistentes sociais e demais profissionais da saúde, busquem trabalhar de forma conjunta, visando a melhoria do indivíduo em todos os aspectos que envolvem as suas adversidades. Agindo assim, um atendimento à saúde, em que o fator humano é preponderante, será paulatinamente alcançado.