A falta de humanização no atendimento à saúde tem se ampliado e, além de ser resultado de uma formação deficitária em relação aos direitos humanos, é também fruto da diminuição dos investimentos estatais na área. Como consequência, a simbiose entre profissional de saúde e paciente, cuja relação deveria ser de confiança, torna-se contrastante, com prejuízo principalmente àquele que busca ajuda. Antes de tudo, é preciso lembrar que quem procura auxilio hospitalar está em condição desfavorável. Por essa razão, o especialista deve ter consciência de sua responsabilidade em equilibrar esse contexto, demonstrando preocupação com seu paciente. Sendo assim, é importante a presença na grade curricular de disciplinas que materializem os direitos humanos à saúde, e que sejam capazes de desenvolver, durante toda formação, comportamentos altruístas. Ocorre que o corpo técnico é apenas parte de um sistema cíclico, em que as necessidades vão desde a triagem até o tratamento. Essa periodicidade, por sua vez, demanda investimento permanente em infraestrutura que sustenta o pagamento de exames, de leitos e de pessoal. Quando esse ciclo é interrompido, inicia-se outro que traz mazelas sentidas diretamente pela população, como falta de vagas e de atendimento digno. Portanto, para se alcançar a humanização no atendimento à saúde e aproximar o profissional da área ao seu paciente, deve-se definir uma grade que potencialize a visão humanitária nessas carreiras, tais como saúde do idoso e do indígena. Ademais, a fim de garantir um atendimento digno, manter e priorizar os investimentos governamental em saúde, por meio de vinculação de receitas, a fim de direciona-las ao setor, tal qual como ocorreu na extinta CPMF.