Os avanços tecnocientíficos no cenário global, atrelados à Terceira Revolução Industrial, surgem em decorrência de facilitar e agilizar processos, avanços esses refletidos na medicina. Entretanto, no Brasil contemporâneo, tais avanços não são devidamente equilibrados a uma ação humanizada, o que fragiliza o setor da saúde. Deve-se, assim, promover um olhar holístico para o paciente, além de ser crucial a formação de profissionais que visem a humanização. É indubitável que o paciente em questão seja analisado como um todo. Consoante o intelectual Freud, em sua obra “Mal-Estar Na Cultura” há duas fontes de sofrimento permanente para o homem: a fragilidade do corpo e das relações humanas. De maneira análoga, observa-se que a sociedade brasileira tende a considerar apenas a fragilidade corporal, uma vez que coloca em segundo plano a socialização e interação interpessoal. Desse modo, evidencia-se a importância de ponderar a psiquê além de seus componentes técnicos, abrangendo circunstâncias sociais e educacionais. Outrossim, é fundamental que haja a capacitação de médicos e enfermeiros, afim de alcançar a empatia em relações profissionais. É notório, no sistema de saúde brasileiro, que o tecnicismo, atrelado à falta de comunicação e à falta de sensibilidade para com o sofrimento do outro têm efeitos devastadores sobre as pessoas. Paralelo a isso, de acordo com o programa Humaniza SUS, deve-se resgatar o respeito à dignidade e à vida humana. Dessa forma a partir da implantação de uma abordagem de cuidado à saúde empática, formam-se profissionais comprometidos com o exercício humanizador. Entende-se, portanto, que, para alcançar uma medicina humanizada, deve-se lançar um olhar holístico, além da ressignificação de empatia entre os profissionais. Urge, então, a necessidade de uma parceria entre o MEC e o Ministério da Saúde para que seja obrigatório o estudo dos Determinantes Sociais da Saúde no âmbito universitário. Além disso, é imprescindível que se coloque em prática as diretrizes do Humaniza SUS. Dessa forma, os sofrimentos humanos propostos por Freud serão gradativamente minimizados.