Conta a mitologia grega que o jovem Narciso olhava para a imagem e se achava maravilhoso. Nesse contexto, a valorização da carreira médica por parte da sociedade, faz o portador do título ''doutor'', geralmente se comportar como Narciso, olhando para seu conhecimento, porém esquecendo-se de atentar às palavras do outro. A humanização no atendimento à saúde é o contato entre médico e paciente, tornando o tratamento de qualidade, além de estabelecer um vínculo de confiança entre as partes, pois toda essa mecanização do tratamento trás consequências. Por exemplo, se um paciente não conta o que sente em sua totalidade, pode afetar seu diagnóstico e o levar à óbito. A Columbia University, em Nova Iorque, criou um programa educacional, que envolve justamente esse aspecto do contato e os resultados da educação envolvem inclusive a diminuição de mortes causadas pelo não atendimento humanizado, pelo tratamento mecanizado ou como Bauman define a ''liquidez'' das relações humanas, metáfora utilizada para sintetizar o individualismo e o afastamento dos seres humanos. Portanto, para que os médicos deixem seus narcisismos de lado e se dediquem a cuidar do ser humano que está à sua frente é preciso que as universidades de medicina passem a exigir na grade curricular essa relação médico/paciente, através de primeiramente uma pesquisa entre os cidadãos e depois na elaboração do programa com os resultados da pesquisa, para que ocorra a humanização do tratamento à saúde.