Os avanços tecnológicos, conquistados nas últimas décadas, fizeram uma grande revolução não somente no meio da comunicação, mas, principalmente, na área médica. São novos tratamentos, exames e medicamentos que nos fazem acreditar na cura de doenças, antes, mortais. Mas o questionamento que fica é: e a humanização do médico? Hoje em dia, ir à um consultório médico tornou-se sinônimo de sair com requisições para exames e mais exames ou a receita para a compra de remédios, muitas vezes desnecessários. Graças as novas tecnologias o avanço e a precisão médica tornou-se algo indiscutível, mas até que ponto o distanciamento do médico tornara-se presente. A anamnese é algo imprescindível, faz parte dos saberes médicos desde seus primórdio, mas hoje, infelizmente, poucos médicos a fazem; pois acreditam que os exames são mais importantes. A renomada Faculdade para Médicos e Cirurgiões da Escola de Medicina da Columbia University, em Nova York, criou recentemente um programa que busca se aprofundar nos efeitos que a boa relação entre profissional e usuário apresentam frente aos tratamentos médicos. Em nosso país o Programa Nacional de Humanização da Assistência Hospitalar também percebeu a questão que relaciona a qualidade do atendimento da área médica com essa medicina narrativa . Ambas pesquisas nos colocam frente à dados que comprovam como o conhecimento empírico aliado aos avanços tecnológicos são fundamentais para o atendimento mais humano da saúde. Se a medicina fosse comparada ao corpo humano, a tecnologia seria seu membro inferior- parte imprescindível para sua caminhada- que tem como um dos objetivos a extensão da vida, e como único destino a tão temida morte. Portanto, as tecnologias são imprescindíveis para o diagnóstico, mas conhecer o paciente, estabelecer um diálogo, um vinculo; são ações necessárias para um bom relacionamento médico-paciente.