O sistema de saúde pública no Brasil mudou drasticamente desde a colonização, com boticários e curandeiros, passando pelas primeiras implantações de saneamento básico na capital com a chegada da família real até o século XX, a promulgação da Carta Magna de 1988 e a criação do Sistema Único de Saúde (SUS), que atende, hoje, gratuitamente, milhões de brasileiros. Entretanto, mediante tantos avanços, a comunicação entre o paciente e o médico vem retrocedendo, visto que os profissionais estão dando menos importância ao relato do atendido. Temos que o exame físico feito pelo médico é crucial para o diagnóstico de uma patologia, contudo, é apenas através dos sintomas que próprio paciente pode atentar a um possível problema. Desta forma, ouvir o que eles têm a expor é primordial, uma vez que algumas doenças, como aneurisma cerebral, podem ser descobertas apenas após saber os sintomas narrados, pois muitas vezes não são identificadas no exame clínico de rotina. Nos últimos anos, a relação paciente-médico tomou proporção secundaria, e o médico perdendo um aspecto humanitário importante de transpassar ao enfermo solidariedade, amparo e segurança, além do papel terapêutico de dar a eles um sentimento de relevância em todo processo, que é muitas vezes penoso e complicado. A ausência dessa maior dedicação, pode gerar nesse curso, melancolia por parte do paciente, que está mais vulnerável e necessita se sentir considerado. Mediante isso, os especialistas e estudantes devem ter contato com esse tema desde a formação ou em cursos para já formados que não receberam essas aulas. Por fim, é importante da parte dos clínicos oferecerem destaque a relação com os clientes, darem ênfase nos sintomas e transpassar interesse pelo o que o ser humano sente, pois já disse Carl Gustav Jung: “Não é o diploma médico, mas a qualidade humana, o decisivo”. Portando, algumas medidas devem ser tomadas para que haja melhorias no atendimento de saúde do país, tais como, implantação de cursos gratuitos promovidos pelo governo, direcionados a profissionais da saúde, que visem essa maior interação, matérias específicas na faculdade, para melhor formação do médico e uma consultoria mais dinâmica, com a possibilidade do paciente interagir com outros pacientes e contar a história dos seus sintomas e assim, atingir a meta de um atendimento mais voltado ao cliente.