Todos nós sabemos que o sistema público de saúde do nosso país é caótico, que a maioria dos profissionais desta área não são valorizados como deveriam, que faltam recursos, faltam medicamentos, e até mesmo quem tem condições de pagar por planos de saúde também é prejudicado, porque diante do caos da saúde em nosso país os planos de saúde abusam de seus clientes, recusando atendimento, com tarifas arbitrárias e etc. Diante de tudo isso, toda a população é prejudicada. O atendimento à saúde é afetado de forma tão negativa a ponto de se haver a necessidade de se discutir acerca de uma humanização (ou ‘rehumanização’, como se a saúde tivesse deixado de ser executada por seres humanos) no atendimento à saúde. Ultimamente, tem sido veiculado na mídia muitos casos de denúncias contra profissionais de saúde, por maus tratos e violência contra pacientes, negligencia e recusa de atendimento, execução de procedimentos desnecessários e, às vezes, procedimentos errados que levam o indivíduo ao óbito ou lhe causam sequelas. Tudo isso, além de ser um reflexo da impunidade que reina em nosso país, é reflexo da degradação moral e da desumanização que tomou conta do nosso sistema de saúde, provocado pela má gestão do estado. O estado não dá uma boa formação aos seus profissionais de saúde (e aliás, atualmente, tem se preocupado mais com a quantidade de vagas nas universidades do que com a qualidade dos cursos), não os remunera como merecem, não lhes dá boas condições de trabalho, e isso tudo atinge o atendimento à saúde. Ora, como podemos falar em atendimento humanizado quando temos hospitais cheios de pessoas doentes pelos corredores, pessoas doentes que esperam meses e meses por uma consulta médica, ambulâncias sucateadas, entre outros vários problemas? A humanização no atendimento à saúde passa pelo investimento na boa qualificação dos profissionais da saúde, na melhoria das condições do ambiente de trabalho destes profissionais, ou seja, investimentos em bons hospitais, postos de saúde e etc; além de dar meios para que os mesmos possam trabalhar: equipamentos, veículos, medicamentos para os pacientes, entre outros; é necessário valorizar de forma igualitária as diferentes carreiras da área da saúde; e é também necessário que o estado fiscalize e puna os maus profissionais. Não há nada mais confortante, diante da doença, do que ser tratado como ser humano, por isso é necessário que o governo esteja atento à necessidade de melhorias no sistema de saúde.