Factoide, declaração falsa, não verificada ou fabricada com o mero intuito de enganar um determinado público. De natureza questionável e espúria a factoide se apresenta como fato comprovado, porém sem apresentar prova que a ateste. Também conhecida pelo termo em inglês “fake news” – termo esse de uso cada vez mais frequente –, as notícias factoides criadas em quantidade colossal e com capacidade de alcançar milhões de pessoas com a velocidade de um click, são vistas por milhões de pessoas todos os dias em um mundo cada vez mais conectado. As notícias falsas têm sua principal arma no grande poder de disseminação de conteúdo da internet em geral, com destaque especial para as redes sociais, para influenciar decisões no mundo real. Entre os vários casos recentes que demonstraram o poder de influência das “fake news”, já entrou para a história o caso da última eleição estadunidense, em que o site Wikileaks divulgou uma série de notícias duvidáveis que tiveram impacto direto no resultado da corrida presidencial. Fato que chamou a atenção do mundo inteiro, para o perigo real das notícias que são divulgadas sem comprovação e sem mecanismos de verificação que certifiquem a sua veracidade. Com as discussões sobre as notícias factoides cada vez mais difundidas, a Oxford Dictionaries, departamento da Universidade de Oxford responsável pela elaboração de dicionários cunhou o vocábulo pós-verdade – em inglês “post-truth” – para descrever a era da informação em que o mundo se encontra. Tal atenção, dada a questão não é sem razão, já que a forma de lidar com a informação na era digital vai continuar afetando as grandes decisões políticas tomadas daqui para frente. Levando em conta que é muito mais fácil criar uma notícia falsa do que desmenti-la, ou nas palavras atribuídas a Winston Churchill, “uma mentira dá uma volta ao mundo antes mesmo de a verdade ter a oportunidade de se vestir”, o assunto deve ser tratado com máxima seriedade. Tendo em vista a gravidade do problema é necessário que o governo federal em parceria com as mídias sociais crie meios para diferenciar as notícias falsas das verdadeiras. Uma ideia que já está sendo implementada é a da contratação de agências que checam as notícias em circulação nas redes, e diminuem o poder de divulgação das que são consideradas enviesadas ou com partes não fundamentadas. Outra forma de combate as “fake news” é por intermédio de campanhas de conscientização que comuniquem a população da importância de se verificar fontes antes de reproduzir informações e notícias. Adotando tais medidas será possível caminhar para um futuro com tomadas de decisão mais lúcidas e superar a era da pós-verdade.