A brincadeira telefone sem fio das crianças tomou maiores proporções e, sob o termo “fake news”, tornou-se problema de adulto. As notícias falsas sempre existiram, mas ao encontrar solo fértil – as redes sociais – se solidificaram. Tal problema tem tomado tão grandes proporções que outro termo fora criado: o “deepfake” – falsificação profunda, para designar falsos vídeos e imagens por exemplo. A propagação das fake news além de ameaçar a reputação de um indivíduo, é também um perigo à democracia. O avanço tecnológico cria meios para a ascensão das fake news, tornando-a a já mencionada deepfake. Por meio de recursos antes só disponíveis a filmes é agora possível falsificar vídeos e fotos, ou seja, ao combinar imagens e ou sobrepor rostos pode-se colocar qualquer pessoa em qualquer lugar. As falsas notícias atingem um número maior de pessoas do que as verdadeiras, isso se deve ao modo urgente e alarmante em que se dão. Sendo assim, antes de se descobrir como falsa uma notícia, vídeo ou foto, a pessoa cuja imagem fora distorcida já sofre os efeitos da repercussão. A propagação de uma falsa notícia pode ter como objetivo desestabilizar um partido, candidato e até decidir um plebiscito. Nesse sentido, tem-se como exemplo as eleições presidenciais nos EUA e o plebiscito do Brexit, ambos os eventos popularizaram o termo fake News devido a intensa disseminação de falsas notícias nas mídias e mentiras pelos candidatos, que acabaram por desestabilizar o parâmetro decisivo nas respectivas sociedades em questão. A propagação das falsas verdades influencia de forma direta a sociedade em suas decisões, ameaçando, portanto, o processo democrático. Desse modo, torna-se evidente a ameaça das fake news enquanto ferramenta de distorção de opiniões. Para combatê-la deve-se ater ao seu principal meio de divulgação: as redes sociais, que devem ser configuradas de modo a “alfabetizar” o usuário por meio de instruções quando este pretende compartilhar um link ou informação. Não só as redes sociais têm papel fundamental, mas também seus usuários; para tanto, torna-se necessário o desenvolvimento do senso crítico na internet por meio de políticas públicas que visem a “alfabetização” do internauta. Apenas por meio da educação será possível combater as falsas verdades sem que a liberdade de expressão seja posta em xeque.