A divulgação de informações falsas não é um problema exclusivamente atual, pois já existe há muito tempo. Foi, por exemplo, uma estratégia usada na propaganda nazista para legitimar as ações políticas daquele Estado. Todavia, é verdade que o indiscriminado volume de informações falsas divulgadas através da internet tem gerado uma sociedade cada vez mais paranoica e por isto deve ser combatido. Infelizmente, não são incomuns os crimes envolvendo a propagação de boatos, como no caso da dona de casa Fabiane de Jesus, que após ser acusada por um boato na “grande rede” que lhe atribuía sequestro e assassinato de crianças em rituais de magia negra, foi espancada até a morte por um grupo de pessoas convencidas de que estariam prestando um serviço à sociedade ao executá-la, ignorando, assim, qualquer aporte Constitucional, qualquer mecanismo do Direito. Um outro problema traduz-se no fato de que a propagação de informações falsas pode influenciar na capacidade de decisão das pessoas, uma vez que as convencem de maneira equivocada acerca de determinado assunto, o que as leva a decidir de forma torpe sobre aquele fato. Trata-se, portanto, de uma séria desonestidade intelectual que gera uma sociedade injusta e muitas vezes alienada. Por estas razões, a divulgação de boatos falsos na internet deve ser combatida com seriedade tanto pelas pessoas quanto pelas Instituições. O Estado brasileiro, neste caso, poderia criar, a exemplo do que acontece na Europa, comissões especiais com o objetivo de investigar, identificar e punir os responsáveis por criar e publicar informações de caráter duvidoso. Deveria ainda criar leis mais específicas para a condenação de crimes desta natureza. Desta forma, a intensificação no combate à propagação de notícias falsas diminuiria significativamente as suas nocivas implicações na sociedade brasileira.