Título da redação:

A ética e as notícias

Tema de redação: "Hoax", notícias falsas e suas implicações em sociedades

Redação enviada em 22/10/2017

“Age apenas segundo as condutas morais que podem se tornar leis universais”. Essa frase enuncia o “imperativo Categórico”, uma ideia do filósofo Immanuel Kant, segundo a qual os indivíduos não devem agir sem ética. No entanto, muitas pessoas não agem conforme a ética idealizada por Kant e cometem desvios morais que, no Brasil contemporâneo, geram um grave problema: a propagação de notícias falsas. Nesse contexto, um fator que ratifica a existência do problema abordado é a mídia. Ela, em 2014, noticiou a violência contra a dona de casa Fabiane Maria de Jesus, a qual foi confundida, por moradores de sua região, com uma sequestradora de crianças, após a divulgação de um retrato falado em um site. A mulher, inocente, foi espancada e faleceu. Essa situação revela uma séria consequência da divulgação de boatos. Logo, é válido analisar uma das causas do problema: a falta de ética de quem produz esse tipo de informe. Sob esse prisma, a falta de ética –uma subversão ao idealizado por Kant- fica explícita ao se verificar que inúmeras notícias sem comprovações são expostas, majoritariamente pela internet, e não há preocupação com as consequências geradas. Ademais, outro fator se relaciona ao assunto abordado: o conceito de “Modernidade Líquida”, do sociólogo Zygmunt Bauman. De acordo com esse pensador, a modernidade é efêmera, pois tudo – a moda, a sociedade e as notícias- muda com velocidade e gera novidades. Essa ideia se conecta às falsas notícias na medida em que a grande necessidade de receber e compartilhar informações novas pelos cidadãos se pauta na busca de relatos, verídicos ou não. Assim, os propagadores de notícias falsas, cujo mercado movimenta muito dinheiro na internet por meio dos cliques e das visualizações, aproveitam a acelerada obsolescência das informações para expor inverdades. Portanto, a fim de coibir as notícias falsas, a mídia, mediante um jornalismo sério, deve exibir documentários e reportagens para explicar o que elas são e quais os malefícios causados por elas, com objetivo de conscientizar os telespectadores sobre a problemática gerada por boatos. Concomitantemente, o Estado, mediante o Ministério da Justiça, deve destinar mais recursos às polícias para que elas investiguem, identifiquem e punam, de acordo com as leis, os indivíduos propagadores de notícias não verdadeiras, a fim de amenizar os transtornos decorrentes das mentiras. Tudo isso deve ser feito para garantir a segurança na sociedade e para garantir a manutenção da ética na divulgação de notícias, de forma semelhante ao enunciado do Imperativo Categórico de Kant.