É incontestável que a gestão eficiente dos resíduos produzidos pela sociedade melhora a qualidade de vida da nação. Todavia, quando se observa os problemas advindos da ineficiência nesse setor, no Brasil, hodiernamente, nota-se que o descaso governamental, somado aos hábitos consumistas da sociedade moderna, apresenta-se como fator relevante para a persistência do problema. Nesse sentido, convém analisar as causas e consequências dessa problemática. Em primeira análise, cabe pontuar que, como consequência da incessante busca por uma felicidade idealizada, o brasileiro tornou-se um potencial agente causador de problemas ambientais, visto que, o ato de consumir desenfreadamente aumenta a quantidade de resíduos descartados no ambiente. Consoante afirmação do filósofo francês Serge Latouche, de que o aumento desproporcional e desenfreado do consumo e das atividades produtivas tornou-se uma ameaça ao futuro e a manutenção da vida no planeta, é possível perceber que tal aumento está intrinsecamente ligado a diversos problemas presentes na contemporaneidade, uma vez que determinados produtos podem demorar séculos para se degradarem completamente no meio ambiente, como o plástico que causa danos à vida marinha e enchentes em diversas cidades do país, prejudicando a qualidade de vida de várias comunidades. Desse modo, percebe-se que há a necessidade de buscar meios para atenuar esse impasse. Ademais, convém frisar que a má gestão governamental dos resíduos potencializa o problema em questão, dado que é dever estatal disponibilizar locais adequados para o tratamento do lixo, fato que não ocorre atualmente. Comprova-se isso por meio de uma pesquisa realizada em 2016 pelo G1, em que é possível observar que 25% dos resíduos produzidos no Brasil são depositados em lixões, locais de descarte que são altamente nocivos ao ambiente e às comunidades, já que permitem a poluição do lençol freático pela liberação de chorume e possibilitam a emissão de gases poluentes, dentre os quais se destaca o gás metano que intensifica o efeito estufa. Dessa forma, depreende-se que há a indispensabilidade de se implementar alternativas convenientes para deposição e tratamento dos detritos. Destarte, indubitavelmente, medidas são necessárias para mitigar essa problemática. Para isso, é imprescindível que o Governo Federal, em conjunto com o Ministério do Meio Ambiente, além de criar novos aterros sanitários, a fim de direcionar os resíduos que atualmente estão sendo depositados em lixões, deve criar campanhas para conscientizar o povo brasileiro a respeito das consequências advindas do descarte indevido de materiais em desuso, por intermédio de propagandas midiáticas com a participação de profissionais especialistas no assunto, com o propósito de que o tecido social, enfim, possa ter a consciência de que pequenas atitudes podem mudar o destino da humanidade.