É de conhecimento geral que, durante o início do século XX no Brasil, em meados da Primeira República- comumente referida como "República Velha"- os centros urbanos do país, sobretudo a cidade do Rio de Janeiro, eram cenários de intensa poluição, proveniente da ausência da coleta de lixo. Nesse viés, hodiernamente, a gestão de resíduos, no âmbito nacional, não é efetiva, em razão não só da crescente produção e consumo desenfreado, mas também da falta de esclarecimento, à população, acerca dos impactos dessa má gestão. No que se refere às consequências da atual "sociedade de consumo"- deveras criticada pela Escola de Frankfurt, no século XX, como um sistema de projeção de lucro por meio da implementação, no meio social, da necessidade constante de consumo-, é evidente que a racionalidade do mercado incentiva a aquisição de itens programados para serem descartados, fenômeno conhecido como "obsolescência programada", o que implica na produção em massa de resíduos que, em decorrência da precariedade de coleta responsável de dejetos, acabam sendo direcionados aos grandes lixões e, por conseguinte, poluem os reservatórios hídricos e facilitam a proliferação de doenças, como a dengue. Outrossim, é inquestionável a escassez de informações sobre as consequências do descarte negligente de lixo, o que acentua a desinformação da população sobre a problemática e dificulta, dessa forma, a execução de ações urgentes para a minimização dessa realidade. Assim, nota-se que a mídia- grande responsável pela difusão de conhecimento- pouco esclarece os impactos ambientais presenciados em decorrência da emissão de resíduos na natureza, a exemplo da eutrofização dos rios, além de não divulgar a importância de ações sustentáveis, como a prática da coleta seletiva nas residências, corroborando, então, para a persistência do impasse. Nesse sentido, urge que o Poder Executivo, juntamente com o Ministério da Educação, atue, por meio de recursos enviados pelo Estado, na promoção de projetos de extensão que trabalhem com atividades lúdicas e interativas, a fim de ensinar os alunos sobre a coleta seletiva dos rejeitos domiciliares, além de incentivá-los a adotarem o consumo responsável e sustentável. É indispensável, paralelamente, a parceria entre ONG's ambientalistas e a mídia, com o fito de uma maior divulgação dos efeitos que o lixo provoca no meio ambiente, o que possibilita a reflexão, por parte da sociedade brasileira, quanto a necessidade do melhor planejamento na gestão de resíduos, e predispõe a minimização do problema.