A Conferência de Estocolmo, ocorrida em 1972, foi o primeiro evento organizado pela Organização das Nações Unidas (ONU) para discutir de maneira global as questões ambientais e promover ações de desenvolvimento mais sustentável. No entanto, apesar do Brasil ter participado desse evento e incrementado mudanças no âmbito florestal e climático, percebe-se que, no contexto hodierno, a gestão de resíduos ainda revela-se um problema na sua sociedade que precisa ser superado. Logo, combater esse imbróglio esbarra em desafios como a negligência governamental frente a ele e à falta de consciência populacional relativa ao seu combate. Primeiramente, com base em dados do Instituto Brasileiro de Pesquisa e Estatística (IBGE), menos da metade dos governos brasileiros, cerca de 44%, possuem políticas ou programas de coleta seletiva. Nesse sentido, percebe-se que a falta de incentivos financeiros, além da ausência de discussões que visem o estabelecimento de projetos e da criação de instituições de recolhimento desses resíduos, contribuem demasiadamente para a situação atual, em que é visível a poluição de rios e mares, bem como a ocorrência de enchentes oriundas do entupimento das tubulações urbanas. Por isso, é fundamental que os órgãos públicos vejam nesse imbróglio a possibilidade de crescer economicamente e socialmente, uma vez que é possível incrementar a mão de obra de milhares de pessoas nesse setor. Outrossim, segundo o escritor Victor Hugo: "Entre um governo que faz o mal e um povo que o consente, há uma certa cumplicidade vergonhosa". Seguindo essa linha de pensamento, percebe-se que o governo eleito é, realmente, o reflexo do seu povo, até porque "O poder emana do povo", segundo a própria constituição. Desse modo, é fundamental que a população seja educada e conscientizada sobre essa gestão no que tange ao direcionamento de materiais que podem ser reutilizados, como plásticos, alumínios e vidros, aos locais corretos, visto que eles possuem um longo período de decomposição no meio ambiente e causam a morte de muitos animais aquáticos. Desse modo, será possível que as pessoas revejam suas atitudes e busquem alterá-las. Sendo assim, tendo conhecimento dos impactos devastadores advindos do manejo errôneo desses resíduos, ações são indispensáveis para a alteração do cenário vigente. Para tanto, é necessário que o Ministério do Meio Ambiente auxilie os municípios na criação de postos de coleta seletiva e de logística de reciclagem, por meio do fornecimento de recursos financeiros e de debates periódicos de políticas referentes à essa pauta, para que as cidades possam ter uma base para o desenvolvimento desse projeto e estejam constantemente revendo medidas que possam ser melhoradas. Ademais, é possível que o próprio Ministério divulgue esses projetos aos cidadãos, via propagandas midiáticas, e os estimulem a contribuir para a sua execução. Assim, será possível que o Governo e o povo brasileiro atuem juntamente no rompimento desse paradigma.