Celulares, computadores, tablets, Ipods, videogames e redes sociais. Para muitos jovens nascidos a partir de 1995, a famosa Geração ‘Z’, viver sem esses e outros recursos tecnológicos em pleno século XXI seria algo inimaginável. Com o mundo “na palma de suas mãos”, ultrapassam as fronteiras geográficas existentes, não diferenciam a vida “online” da “off-line” e querem tudo para agora. Entretanto, especialistas afirmam que a exposição diária a essas tecnologias pode vir a afetar a personalidade, o comportamento e as características pessoais das crianças e dos adolescentes. Nesse sentido, faz-se necessária a análise dessa questão no âmbito social e cultural e os desafios a serem enfrentados. É importante ressaltar as principais características dessa nova geração. Devido ao fato de serem contemporâneos ao surgimento e desenvolvimento dos aparelhos eletrônicos, os nativos digitais apresentam incríveis habilidades e facilidades no manuseio desses, que seus pais, por exemplo, podem não possuir. Ademais, a informação disponível a um clique na internet estimula o cérebro a criar novas conexões e encontrar informações mais rapidamente. No entanto, essa geração tem perdido a capacidade de conviver com outras pessoas. Segundo o escritor Jaak Bosmans, isso é o resultado da globalização, que apesar dela ter encurtado as distâncias métricas, propiciou o aumento das distâncias afetivas. Além disso, a influência das tecnologias faz com que os jovens estejam cada vez mais imediatistas. Desde pequena, a Geração Z acostuma-se a viver em um mundo onde todas as informações estão a um clique e, assim, não é preciso se esforçar tanto para obter o que se deseja. Logo, quando elas não são obtidas, o resultado é a irritação. Zygmunt Bauman afirma que essas ferramentas impactaram também o campo educacional. De acordo com ele, nos dias atuais, há uma crise de atenção, tendo em vista a quantidade de notícias recebidas ao mesmo tempo. Isso faz com que os indivíduos não consigam mais se concentrar e se dedicar em um longo período de tempo em uma atividade. Exemplo disso são os alunos que não leram um artigo ou livro exigido pelo professor e, na rede, buscam por citações, passagens, pedaços. Diante disso, embora as tecnologias tenham trazido agilidade e facilidade, elas afetaram negativamente o comportamento de grande parte da Geração Z. Portanto, cabe à escola trabalhar, por meio de palestras, a importância dos estudantes se manterem focados em uma única atividade. Ela deve também estimular tarefas em grupo que visem a melhor relação interpessoal entre eles, para prepará-los para lidar bem com os colegas de sala e, futuramente, do mercado de trabalho. Aos pais, as Gerações ‘X’ e ‘Y’, competem controlar, com a imposição de limites, o uso desses aparatos tecnológicos. Afinal, bom seria se as regras da vida fossem tão claras quanto às de um aplicativo, mas no dia a dia, não é tão simples assim.