Para muito, nascer em meio à Era da Informação pode configurar um grande privilégio. Vivenciar as enormes evoluções tecnológicas e, desde o primeiro dia de vida, estar inserido em uma sociedade cada vez mais conectada pode, realmente, ser fantástico. Mas será que essa geração, a chamada geração "Z", e suas gerações antecessoras estão preparadas para extrair o melhor de toda a situação? Quando estamos a navegar pelas redes sociais, vemos vídeos de crianças ainda bem pequenas usando aparelhos celulares, tablets e computadores. Achamos engraçado e inocente que rapidamente curtimos e compartilhamos. Mas o que isso realmente significa? Sem dúvidas, essas crianças se tornarão adultos com magníficas habilidades tecnológicas e isto é fantástico. Diante de um desenvolvimento tão acelerado, o mercado de trabalho busca pessoas que saibam lidar perfeitamente com a situação. Deste ponto de vista, extraímos grandes vantagens. Mas a sociedade não é baseada apenas na tecnologia. O ser humano é e sempre será o fator primordial de toda a organização. Como seres racionais que são, as pessoas devem se desenvolver por inteiras. Viver fechado em um mundo digital nos retira as chances de desenvolvimento pessoal que possuímos ao lidar com outrem. Na área profissional, por exemplo, a capacidade de relacionamento interpessoal constitui uma característica marcante dos grandes líderes e profissionais. Para comprovar isso, basta que olhemos para os estudos desenvolvidos na área de psicologia voltada para o trabalho. Claramente, também é possível falar de um outro fator que se relaciona com o tema abordado: o analfabetismo funcional, que cresce a cada ano. Muitos jovens nunca leram um livro sequer, mas conhecem as vantagens e desvantagens dos mais modernos smartphones. Diante de um quadro um tanto quanto preocupante, percebe-se a urgência nas ações reparativas. As atitudes iniciais devem ser em casa. Os pais, como responsáveis, devem impor limites aos filhos, mostrando que o mundo real também pode ser fascinante. O sistema educacional também precisa se aprimorar. Por que não se aliar à tecnologia durante o processo educativo? Assim seria possível não só aprimorar as técnicas como também atender às exigências da geração "Z". Leis impositivas, que proíbem o uso de eletrônicos em instituições educacionais, como a sancionada em Pernambuco, não surtem efeito algum. É preciso um trabalho iniciado mais atrás, que modifique os hábitos das pessoas.