Título da redação:

A ambiguidade da tecnologia frente à geração Z.

Tema de redação: Geração ‘Z’: o descrédito para o futuro ou o avanço sem limites?

Redação enviada em 02/10/2015

Para usar o vocabulário do filósofo judeu Martin Buber, acabamos por substituir a relação "eu-outro" própria do encontro entre pessoas, pela relação "eu-isto" própria da posse de utensílios. Nesse sentido, hoje a humanidade tem a posse de utensílios tecnológicos incomparáveis em relação à outras épocas, e para as pessoas denominadas integrantes da geração Z a tecnologia não é um mero componente da vida em sociedade, mas ao contrario, é o próprio ambiente, a própria base onde as relações se constituem. Sendo assim, a tecnocrácia contemporânea trouxe para essa geração a marca de uma ambiguidade extrema, que consiste em consequências positivas e decorrências negativas. É importante pontuar, de início, que o domínio que os mais jovens adquiriram sobre as tecnologias disruptivas não é o problema, pelo contrário, é bastante positivo. Tendo em vista a pressão cada vez mais constante em relação ao uso da informática no mercado de trabalho, por exemplo, os prodígios desta geração serão jovens mais preparados para tais exigências. Outro fator é a comunicação instantânea e a informação imediata. Se informação é conhecimento, e conhecimento é poder, logo, é perceptível que a humanidade esteja evoluindo a passos largos. Nos encontramos, portanto, na realização do ideal do filósofo Francis Bacon, onde há o domínio do homem sobre a natureza, o clímax da ciência. Ainda que nem todos os ângulos mostrem aspectos vantajosos. Não obstante, é possível classificar algumas desvantagens nas características da geração Z. A intensa convivência com a era digital implica com a necessidade de convivência com o mundo real. Ao facilitar imensamente as ações cotidianas, a tecnologia tende a reduzir tudo ao programático, e consequentemente, a obsoletar o senso crítico infanto-juvenil. Há ainda um enfraquecimento das relações humanas físicas. Acontece a chamada "modernidade líquida" onde a efetividade física se torna cada vez mais superficial e escassa, ratificando o "eu-isto" de Martin Buber, que é inquestionavelmente preocupante. Sendo assim, cabe o papel primordial de controle, à família, que é a célula máter social. É missão desta limitar adequadamente seus membros às inovações tecnológicas, ao uso consciente de cada aparato e ainda a estipulação de horários adequados de uso. Em consonância, as escolas devem aperfeiçoar ainda mais a tecnologia como forma de aprendizagem, para assegurar que os educanos de hoje e do futuro, saibam extrair da tecnologia, tão somente, o que ela tem de melhor.