Os impasses da saúde pública no Brasil É de conhecimento geral que a saúde pública, no Brasil, é um direito assegurado a todos os cidadãos pelo artigo 196 da Constituição Federal de 1988. Observa-se, não obstante, que a execução desse direito não é efetiva, em razão não apenas do baixo investimento governamental no âmbito da saúde, mas também da falta de planejamento adequado na área. Com base no contexto histórico-social do país, nota-se que durante o Período Imperial, tal como na Colônia, a qualidade de vida das pessoas era precária, uma vez que não havia setores públicos responsáveis pela prevenção e pelo tratamento das enfermidades que acometiam grande parte da população. Nesse viés, hodiernamente, apesar da existência do Sistema Único de Saúde (SUS), o direcionamento de verbas do Estado para os municípios é insuficiente, considerando-se o fato de diversos hospitais e postos de saúde não possuírem estrutura física adequada, além de não conseguirem arcar com as despesas farmacêuticas- ocasionando a carência de medicamentos- e com o pagamento pontual dos funcionários. Assim, consequentemente, muitos indivíduos não recebem atendimento gratuito de qualidade, tendo seu direito negligenciado. Outrossim, tratando-se do planejamento da saúde pública, é evidente que o Brasil não adota uma medicina preventiva- deveras defendida pelo cancerologista Drauzio Varella- capaz de reduzir custos utilizados, sobretudo, na aquisição de remédios . Ademais, o envelhecimento populacional, somado à frequente ocorrência de doenças como diabetes e hipertensão, por exemplo, provocam o crescimento da indústria farmacêutica, na medida em que aumentam os custos com o tratamento dos pacientes. Em contrapartida, o investimento na saúde torna-se mais dispendioso, acarretando o desgaste administrativo e financeiro, principalmente das unidades públicas municipais que, sem melhores alternativas, passam a depender de doações da comunidade para manter seu funcionamento regular. Nesse sentido, urge que o Ministério da Saúde, por meio de verbas enviadas pelo Estado, crie projetos de extensão que envolvam os setores responsáveis pela gestão da saúde pública, primordialmente no âmbito municipal, a fim de que haja uma maior aplicação na melhoria da qualidade de vida da população, a partir da valorização de exercícios físicos e da alimentação balanceada, conjuntamente com a divulgação, nas mídias sociais, da importância de hábitos saudáveis na prevenção de muitas doenças. Dessa forma, o sistema público de saúde economiza gastos e os cidadãos passam a ter seu direito exercido dignamente.