Título da redação:

Esporte: ética e sociedade

Tema de redação: Esporte no Brasil: ferramenta de inclusão social ou meritocracia excludente?

Redação enviada em 27/08/2015

Jogos Pan-americanos, Copa do Mundo, Olimpíadas. Esses megaeventos são capazes de mobilizar a sociedade de modo que a experiência esportiva fique mais evidente. No entanto, a prática esportiva não pode ser reduzida a isso. De fato, mais do que atividade de competidores célebres ou negócio que envolve milhões, o esporte é, em si mesmo, um poderoso meio de inclusão social, capaz de transformar vidas. De modo geral, tal poder transformador pode ser visualizado sob dois aspectos: na formação ética dos indivíduos e no seu caráter socializador. Em primeiro lugar, é valido ressaltar o potencial do esporte para a transmissão de valores e normas de conduta sadios. Com efeito, tal como qualquer atividade com objetivos claros e determinados, a prática esportiva exige ordem, disciplina, paciência, coragem, etc. Isto é, há uma série de virtudes éticas que são pressupostas no esporte e que por isso mesmo são desenvolvidas naqueles que se põem a praticá-lo. A prática constante da atividade física desenvolve ainda mais estas habilidades éticas, visto que a virtude, conforme ensinava Aristóteles, não consiste em um ato de bondade isolado, mas sim na prática habitual do bem. Além disso, é importante destacar o papel socializador e integrador do esporte. Uma vez que qualquer modalidade esportiva exige algum tipo de cooperação ou aprendizado mútuo, a atividade produz uma integração entre indivíduos. Com efeito, o país percebeu essa função há algum tempo, comprovada na criação do Ministério do Esporte na década de 1990 e da implantação de Centros de Integração de Escola Pública (CIEP’s), escolas integrais cujo diferencial está na obrigatoriedade do estudo e da prática de esportes. Entretanto, a ação ainda não é efetiva em todo país, necessitando de medidas efetivas que valorizem essas qualidades do esporte. Torna-se evidente, portanto, a precisão de mudanças importantes na política de educação. Em particular, na mudança de perspectiva do governo a respeito da disciplina de educação física, para que ela não seja mais vista como mero meio de recreação, mas sim como um ponto-chave das políticas de ação social. O educador físico, essencial para o fortalecimento ético e social dos alunos, deve ser agente central na vida escolar, conduzindo projetos, articulando iniciativas, congregando partes. São os desafios que temos a enfrentar.