Quando se fala em esportes, grande parte da população brasileira pensa no futebol. Tradicionalmente conhecido com o país do futebol, as outras práticas tradicionais culturais são menos valorizadas. Exemplificando, um esporte de origem africana como a capoeira limita-se a um público mais modesto, a classe baixa, na qual a cultura se manteve, ainda mais visível em "Capitães da Areia" de Jorge Amado. O Brasil desviou-se de sua diversidade cultural para dar investimento a um esporte de âmbito internacional, mais rentável e de origens não nativas. Assim, o esporte é um meio de inclusão social entre os praticantes ou é apenas mais um meio de segregação social e racial? A classe social divide-se inclusive nos esportes e há um que predomina sobre os demais. Indubitavelmente o mundo dos esportes, principalmente do futebol, caracteriza-se por sua mobilização global em períodos de copas. É um microcosmo do mundo globalizado e da dependência deste para com seus consumidores. Afinal, os trabalhadores terciários que construíram os estádios não obtêm igualdade de acesso aos jogos quanto os patrões daqueles. O materialismo histórico de Max Weber mantém-se na contemporaneidade, na qual o operário não vê sua mão de obra no produto final. O futebol com telespectadores, de chuteiras patrocinadas e holofotes é de um nível que inviabiliza os seus admiradores, de baixa renda, de usufruir do espetáculo. Entretanto, o futebol não é o único esporte que pode caracterizar o Brasil. Por mais que os grandes craques residam aqui, a diversidade étnico-cultural característica do país possibilita o surgimento de uma malha esportiva. São descendentes de indígenas, africanos, asiáticos, europeus... uma diversidade cultural de praticas esportivas não explorada e propagada pela sociedade. Estão restritas à determinadas áreas, assim como a capoeira é mais comum no nordeste, evitando um diálogo cultural mais abrangente com as outras regiões. Práticas esportivas culturais que não sejam de origem europeia são vistas como exóticas e de pouco interesse, portanto o tênis, o vôlei, o basquete e o futebol são mais comuns no cotidiano brasileiro. Assim, evidencia-se uma carência de diversidade esportiva cultural que ocasiona na elitização dos esportes considerados “finos” e os “de rua”. O acesso aos espetáculos são restritos às classes sociais altas e apenas os craques, escolhidos por mérito e dom esportivo, são as exceções. É preciso propagar a diversidade cultural étnica característica do Brasil que emglobe também o mundo dos esportes, através da pratica e de conhecimento destes. O governos municipais devem oferecer incentivo e infraestrutura para o treino diário de esportes como a capoeira, o judô, o karatê, o ioga e etc direcionados ao publico infantil. Já o Governo Federal incentivar a manutenção da boa saúde mental e corporal com programas esportivos de competições regionais, nacionais de diversas modalidades voltados para qualquer faixa etária. Dessa forma, o país teria diversidade cultural também dentro dos estádios.